Um país que não cuida bem de seu futuro não tem futuro!
- Pedro Papastawridis

- 26 de abr. de 2021
- 3 min de leitura
É sabido que o Brasil é um país de muitas desigualdades sociais. Também é sabido que isso se agravou nos últimos meses por conta da pandemia de Covid-19. O que não é aceitável é encarar isso como normal e fechar os olhos para o fato de que milhões de brasileiros convivem com a insegurança alimentar todos os dias, muitos dos quais crianças e adolescentes que veem seus sonhos e seu futuro se perdendo à beira do sinal.
Quem circula pela cidade do Rio de Janeiro, depara-se diariamente com milhares de menores trabalhando de engraxate, catando lixo para revender no ferro-velho, vendendo doce nos semáforos ou pedindo dinheiro. E não estamos falando de uma realidade adstrita a bairros periféricos da capital fluminense. Isso se observa com mais força na região central da cidade, irradiando-se pela Zona Sul carioca e a Grande Tijuca, bem como pela Barra da Tijuca e Recreio. Estamos falando de milhares de crianças e adolescentes que deveriam estar na escola estudando, socializando com seus colegas, alimentando-se e alimentando seus sonhos.
Para uma cidade que possui o segundo maior PIB do país e já sediou uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, é vergonhoso assistir a um cenário desses, que se soma a outras mazelas sociais que vêm se robustecendo à custa da pandemia de Covid-19 e da incompetência do Poder Público em todos os níveis. Num momento em que Presidente da República, governadores e prefeitos deveriam somar forças para mitigar os impactos socioeconômicos da pandemia e pensar a reconstrução do Brasil, o que vemos visto é um circo político sem fim e os recursos do erário sendo empregados de maneira ineficiente, ineficaz e pouco efetiva.
O brasileiro paga quase R$ 2,5 trilhões em tributos todos os anos para garantir o mínimo existencial para a coletividade, e não para bancar os rolezinhos de Bolsonaro, a incompetência gerencial de um Cláudio Castro e a letargia de prefeitos como Eduardo Paes para lidar com a superlotação do transporte público, a desordem pública e os acampamentos de moradores de rua em espaços públicos. Em vista disso, o cidadão precisa se mobilizar e exercer o seu poder e o seu controle sobre os políticos que foram postos no poder para servir à população. E uma iniciativa muito útil para tanto e que vai ao encontro do exposto neste texto é o Disque Direito Humanos (Dique 100).
O Disque 100 é um serviço a cargo do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e visa à disseminação de informações sobre direitos de grupos vulneráveis e de denúncias de violações de direitos humanos. Pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos e atende graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes e possibilitando o flagrante.
Qualquer pessoa pode reportar alguma notícia de fato relacionada a violações de direitos humanos, da qual seja vítima ou tenha conhecimento. O serviço funciona 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. E as ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem direta e gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel, bastando discar 100.
O Disque 100 recebe, analisa e encaminha denúncias de violações de direitos humanos relacionadas aos seguintes grupos e/ou temas:
· Crianças e adolescentes;
· Pessoas idosas;
· Pessoas com deficiência;
· Pessoas em restrição de liberdade;
· População LGBT;
· População em situação de rua;
· Discriminação ética ou racial;
· Tráfico de pessoas;
· Trabalho escravo;
· Terra e conflitos agrários;
· Moradia e conflitos urbanos;
· Violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais;
· Violência policial;
· Violência contra comunicadores e jornalistas;
· Violência contra migrantes e refugiados; e
· Pessoas com Doenças Raras.
Além do Disque 100, é possível encaminhar denúncias relacionadas com os temas supracitados ao Ministério Público da União e nos estados, além das defensorias públicas.
Não permita que o futuro do país fique abandonado no sinal. Tomou conhecimento de trabalho infantil, denuncie e exija do Poder Público as providências cabíveis, pois lugar de crianças e adolescentes é na escola, e não à solta pelas ruas, trabalhando e/ou sendo aliciados pelo crime organizado.
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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