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Tarifaço do Trump: por que Lula e Bolsonaro se importariam com isso?

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 17 de jul.
  • 4 min de leitura

No dia 09/07/2025, o Presidente Donald Trump (Estados Unidos) enviou carta ao presidente brasileiro informando-o da aplicação de uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil. Dentre os motivos levados em conta pelo mandatário americano para aplicar esse percentual a partir de 01/08/2025, Trump cita o julgamento de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (SFT), misturando motivações políticas com interesses comerciais americanos.

 

Como resposta a essa medida de Donald Trump, as forças políticas de Brasília começaram a se mobilizar para uma retaliação comercial, valendo-se do princípio da reciprocidade para aplicar igualmente 50% de tarifas de importação sobre os produtos vindos dos Estados Unidos.

 

No entanto, uma questão importante permanece em aberto em meio a essa disputa comercial contaminada por interesses político-ideológicos e muita lacração: como ficam as cadeias de valor afetadas por esse tarifaço recíproco entre Brasil e Estados Unidos?

 

Atualmente, a corrente de comércio exterior entre Brasil e Estados Unidos gira em torno de US$ 80 bilhões anuais, sendo um pouco menos de US$ 40 bilhões em exportações brasileiras e um pouco acima desse valor em exportações dos ianques. Com isso, o Brasil apresenta um ligeiro déficit comercial em relação aos Estados Unidos, sendo o país governado por Trump o 2° maior parceiro comercial brasileiro (o maior é a China).

 

Dentre os principais produtos exportados do Brasil para lá, levantamento publicado pela CNN Brasil cita os seguintes:

 

  • Óleos brutos de petróleo​;

  • Produtos semiacabados de ferro ou aço​;

  • Café não torrado​;

  • Aeronaves;

  • Ferro-gusa​;

  • Óleos combustíveis​;

  • Carne bovina; ​

  • Sucos de frutas;​

  • Celulose​; e

  • Instalações e equipamentos de engenharia civil.

 

Ainda segundo a CNN Brasil, os americanos possuem dentre os principais produtos exportados para nosso país os seguintes:

 

  • Motores e máquinas não elétricos​;

  • Óleos combustíveis​;

  • Aeronaves;

  • Óleos brutos de petróleo;

  • Polímeros de etileno​;

  • Carvão;

  • Medicamentos e produtos farmacêuticos;​

  • Instrumentos e aparelhos de medição​;

  • Outros medicamentos​; e

  • Inseticidas.

 

Considerando que alguns dos itens importados acima dos Estados Unidos são insumos estratégicos para diversas cadeias de valor que operam no Brasil, a reciprocidade tarifária pode reduzir as importações que fazemos dos ianques, mas não eliminará a compra de bens americanos. Com isso, a tendência é vermos a curto prazo um aumento nos custos de produção de indústrias que importam insumos dos Estados Unidos, bem como um aumento dos preços internos dos produtos originários diretamente da terra do Mickey Mouse. Em outras palavras, estamos falando de mais carestia muito em breve em nosso país!

 

Como boa parte do que costuma ser exportado dispõe de benefícios tributários na origem, o impacto de uma provável redução na exportação de bens e serviços para os Estados Unidos não tende a abalar muito o caixa do Governo Federal. Quem deve sair prejudicado de imediato é o empresariado que exporta para os ianques, o que tende a significar menos receitas a curto prazo para as empresas envolvidas nessas exportações e, a médio e longo prazos, desinvestimentos e desemprego.

 

Diante de tal cenário, por que o Governo Lula não se importaria com isso? E por que seu antagonista (Jair Bolsonaro) tampouco se importaria com tal estado de coisas iminente?

 

Segundo levantamento apresentado pelo governo brasileiro em reunião com o setor produtivo brasileiro na última terça-feira (15/07/2025), a tarifa média aplicada pelo Brasil sobre as importações oriundas dos Estados Unidos é de 2,7%. Com isso, nosso país arrecada anualmente cerca de US$ 1,080 bilhão (aproximadamente R$ 6 bilhões na cotação atual do dólar comercial) com tributos aplicados sobre essas importações.

 

Caso não haja uma negociação efetiva entre os governos brasileiro e americano para acabar com esse tarifaço recíproco, a arrecadação potencial sobre produtos importados dos ianques pode saltar dos atuais US$ 1,080 bilhão para quase US$ 20 bilhões ao ano! Isso equivale a mais de R$ 110 bilhões anuais nos cofres do Governo Federal!

 

Diante desses números, vocês acreditam em que um governo gastão como o Lula 3 se esforçará tanto em sentar-se à mesa com Donald Trump para acabar com esse tarifaço? Provavelmente não!

 

Além do ganho arrecadatório que tal guerra comercial pode gerar para o caixa do governo (pensem no quanto de viagens Lula e Janja poderão fazer e de lagostas que o STF poderá adquirir para seus coquetéis com esse reforço orçamentário!), não nos esqueçamos do impulso que o agitprop lulossupremista terá perante a sociedade brasileira, passando de “defensores da democracia” para “defensores da soberania nacional”, na medida em que estão combatendo o imperialismo ianque com muito amor, união e reconstrução!

 

E o que resta para Bolsonaro et caterva diante de tal estado de coisas?

 

Num país em que comunistas e socialistas defendem a democracia (sic) e passaram a se considerar “patriotas”, restou ao bolsonarismo liberal na economia e conservador nos costumes “defender a taxação do Trump em defesa da liberdade”. Só não sabemos ainda se essa liberdade à custa da carestia nacional e da quebra de cadeias produtivas exportadoras é somente para Jair Messias ou também para os lacaios do 08/01/2023 que ainda permanecem presos após se sacrificarem por seu falso Messias.

 

Nesse ritmo, Bolsonaro contribuirá mais uma vez para a eleição de Lula ao tentar se vingar dos milhões de brasileiros que o recusaram nas urnas de 2022. Apoiar o tarifaço de Trump num contexto de exceção político-social em que vivemos atualmente só contribui para tirar Lula e STF das cordas e perpetuá-los no poder. Diante disso, é de se questionar se Bolsonaro é opositor ou é aliado do projeto de poder lulossupremista.

 

Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

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