República dos cupins: como um país do avesso não tem a mínima chance de dar certo para o próprio povo

Segundo dados do IBGE de 2024, o produto interno bruto (PIB) do Brasil está em R$ 11,7 trilhões (quase 2,1 trilhões de dólares na cotação atual da moeda americana). Considerando que a população atual do país é de cerca de 210 milhões de habitantes, isso resulta numa renda per capita superior a R$ 55 mil por ano.

A questão crucial em torno dos cálculos acima é: quantos de nós realmente dispomos de R$ 55 mil por ano para vivermos nossas vidas como desejarmos?

Considerando que o Estado brasileiro, representado pelos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) mais Ministérios Públicos, Tribunais de Contas e Defensorias Públicas, retém cerca de 40% dessa renda sob a forma de tributos (impostos, contribuições e taxas), só restam R$ 33 mil por pessoa para que as famílias e as empresas possam empregar como bem entenderem, já que os outros 40% estão indo para as regalias de Suas Excelências.

Além disso, o brasileiro é um povo endividado. Segundo o Serasa, um pouco mais de 73 milhões de pessoas estão endividadas em nosso país, tendo que arcar com o pagamento de despesas financeiras todo mês para quitar dívidas contraídas. Com isso, sobra ainda menos dinheiro para a população gastar, ainda mais num país em que a taxa básica de juros (SELIC) está em 14,75% ao ano e onde a banca sempre vence.

Por fim, o brasileiro ainda tem que lidar com uma realidade cada vez mais presente e intensiva em nosso país: o crime organizado. Tendo em vista que raramente corruptos, estelionatários e extorsionistas permanecem presos por muito tempo (isso quando são presos) aqui, o Brasil se tornou o país em que o crime compensa para alguns. Basta observarmos que até esposa de ex-presidente peruano condenado por corrupção e lavagem de dinheiro é escoltada para o nosso país em voo fretado pelo Governo Brasileiro para fugir da cadeia no pais de origem. E com criminosos à solta roubando, matando, traficando, extorquindo dinheiro das pessoas e aplicando golpes dos mais diversos tipos, o brasileiro comum fica ainda mais pobre e cada vez mais preso dentro do próprio domicílio, para evitar de ser assaltado e/ou assassinado.

Para ilustrar um pouco do exposto acima, milhões de pessoas que trabalharam durante décadas e hoje recebem valores mensais próximos de um salário mínimo a título de aposentadoria foram descontadas indevidamente em valores que, somados ao longo dos últimos 10 anos, superam a casa dos bilhões de reais, isso sem falar em possíveis fraudes envolvendo descontos indevidos de empréstimos consignados, o que pode elevar o montante subtraído dos aposentados pelo INSS para a casa dos R$ 100 bilhões! E o que o Poder Público vem fazendo em relação a isso? Usando parte do dinheiro dos tributos que pagamos para turbinar campanhas publicitárias e "guerras de narrativas" com o propósito de "limpar a barra" do governo atual e se eximir de responsabilidade por não ter evitado os descontos indevidos. Dito de outro modo, é o Poder Público assinando atestado de incompetência em cuidar do dinheiro do povo (e não precisava passar esse atestado fazendo publicidade com o dinheiro do próprio povo)!

Em suma, o Brasil dá mostras de que se tornou uma república dos cupins, na qual a sociedade se tornou somente uma projeção usada por Suas Excelências para venderem em auditórios de eventos acadêmicos e empresariais mundo afora um "Estado Democrático de Direito" que não existe. Nessa tal "democracia inabalada", parte do nosso PIB serve para Suas Excelências se vestirem finamente, comerem e beberem do bom e do melhor, viajarem pelo mundo e serem escoltados 24 horas por dia por motoristas e seguranças armados; a outra parte do PIB, para alimentar a banca; e o que resta desse bolo, o crime organizado se encarrega de surrupiar uma boa parte.

Quanto ao restante do povo que trabalha durante décadas para bancar cupins dos mais diversos tipos, só restou o resto mesmo. Mas fiquem tranquilos, que 2026 é logo ali! As dancinhas e os discursos hipnóticos de nossos agentes políticos prometem anestesiar o brasileiro, enquanto aqueles buscam formas de raspar o que restou do tacho e, após isso, desfrutarem de um ótimo refúgio em outro país, tal como fez a ex-primeira-dama do Peru que sugou por lá e depois se abrigou aqui com uma ajudinha dos amigos e dos amigos dos amigos de uma certa construtora.

Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!