Sem segurança, não há negócios! Um pouco sobre Rio de Janeiro e Brasil
- Pedro Papastawridis

- 18 de jan. de 2021
- 3 min de leitura
Sem segurança, não há ordem. E sem ordem, não há progresso. Isso resume a situação de qualquer sociedade ao longo da história da humanidade. E não estamos falando somente da segurança proporcionada pela defesa militar e a atividade policial, mas também da segurança sanitária, da informação e no trânsito.
Para ilustrar o exposto aqui, consideremos o atual estado de coisas envolvendo a pandemia de Covid-19 no Brasil. Com a escalada no número de casos e de mortes pelo coronavírus, muitos se sentem inseguros em investir em projetos de longo prazo, cessam alguns gastos e descontinuam atividades. E isso se deve às incertezas produzidas por períodos de crises como essa de natureza sanitária. Afinal de contas, quem vai comprar uma casa, um carro ou fazer uma viagem, se o risco de perder renda com essa pandemia de Covid-19 é alto? E quanto ao empresário? Com que segurança ele buscará capital de giro ou financiamento para ampliar o seu negócio, se há muita incerteza num ambiente de negócios marcado pela estagnação econômica, pela escalada da inflação e pelo desemprego crescente?
Trazendo a análise para uma realidade um pouco mais próxima de 6,5 milhões de brasileiros, agora tratemos do caso da cidade do Rio de Janeiro. Apesar de ter sediado a final da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, a capital fluminense e segunda maior economia do país, respondendo por quase 5% de tudo o que o Brasil produz em termos de riqueza, passa por uma situação socioeconômica de terra arrasada. E isso vemos no estado de abandono de diversos espaços públicos, na quantidade de ruas com fios e cabos de telefonia arrebentados e espalhados pelo chão e pelo desrespeito recorrente a regras de ordenamento urbano e de trânsito.
Numa breve circulada pela cidade, é possível perceber o risco que se tornou “turistar” pela Cidade Maravilhosa do compositor André Filho. Ontem por volta das 11h, o autor deste blog flagrou diversos episódios de avanço de sinal nos dois sentidos da Praia do Flamengo, altura da Praça Luiz de Camões. Se não fosse por um grupo de pedestres gesticulando e protestando contra os motoristas que insistiam em avançar os semáforos da região, ninguém teria conseguido atravessar a via. E essa via que corta os bairros da Glória, Catete e Flamengo costuma presenciar diversos acidentes de trânsito causados por avanços de sinal e excesso de velocidade de motoristas, sendo os pedestres e os ciclistas a principais vítimas desses abusos. Todavia, Prefeitura do Rio, Governo do Estado e veículos de comunicação só lembram disso quando a desgraça acontece, pois vivemos num país em que, lamentavelmente, a morte dá mais audiência, dinheiro e voto para alguns do que proteger a vida.
E flagrantes como os supracitados não são exclusividade de grandes vias do Rio de Janeiro, tampouco da Zona Sul, Barra da Tijuca e Recreio. Hoje, o autor do Blog do Papa se preparava para atravessar na faixa de pedestres situada próxima da esquina da rua Dona Zulmira com a avenida Professor Manoel de Abreu, no Maracanã. Isso às 8h26min, quando costuma haver policiamento ostensivo intenso na região. Apesar disso, uma van de transporte alternativo, de placa LLU-9512 (figura 1), avançou o sinal sem nenhum pudor, e isso enquanto olhava para a dupla de policiais militares que estavam patrulhando na praça ao lado desse sinal.

Figura 1 – Dados do veículo que avançou o sinal da rua Dona Zulmira (fonte: APP Sinesp Cidadão)
Num país em que o Presidente age como marginal, na medida em que desrespeita regras sanitárias de enfrentamento da Covid-19 e incita a população a fazer o mesmo, o mau exemplo vindo de cima vem alimentando um sentimento de impunidade que contagia pessoas e instituições em todos os níveis, o que é perturbador para um Estado Democrático de Direito como o nosso. Se as pessoas passam a desacreditar as leis de um país, a começar pelo próprio Chefe de Estado desse país, e agem como se fossem inimputáveis, o resultado é a escalada da insegurança e do caos. E nenhuma nação se desenvolve nessas bases, bastando olhar para o caso do que restou do Haiti e para o que vem ocorrendo na Venezuela.
Diante do exposto, cabe ao Poder Público estabelecer a Lei e garantir a ordem e à sociedade vigiar para que a ordem permaneça. Afinal de contas, desordem estimula a insegurança, que impulsiona retrocessos. E sem segurança, não há negócios!
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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