República das Banânias e a possível origem do acordão pela impunidade no Brasil de Bolsonaro
- Pedro Papastawridis

- 9 de fev. de 2021
- 3 min de leitura
Enquanto Basílio passava o fim de semana com sua família e se deparava com a realidade da Planície pós-acordão entre Aldir Inácio e grupos políticos da capital bananista, o Jabá seguia com as costuras políticas. E uma dessas costuras envolvia os ajustes fiscais necessários à viabilidade do “Pacto por Banânia”. Para isso, Aldir Inácio marcou uma reunião com o responsável pelos cofres públicos do país: Aldo Praxedes, Chefe do Ministério do Desenvolvimento de Banânia.
A história de Aldo Praxedes em Banânia é muito marcada pela parceria nos negócios com seu primo, o banqueiro Josué Estevesson. Enquanto Estevesson fazia lobby nos bastidores da política em benefício de sua instituição, o Banco BTB, Praxedes negociava e especulava no mercado financeiro.
Um dos negócios favoritos de Aldo Praxedes quando trabalhava com Josué era operar os fundos de investimentos imobiliários geridos pelo BTB, que passou a usar parte desses recursos na construção de igrejas para Midas Atalaia, que alugava as igrejas construídas e, assim, ajudava a rentabilizar os fundos onde o dinheiro da própria Igreja Neocristiana de Banânia era aplicado. Mas o que mais dava dinheiro ao atual Chefe do MD eram as operações com criptomoedas, ativos de alto risco e retorno incerto, mas que ainda possuem controles deficientes pelo fisco bananista, o que dificulta a fiscalização da circulação dos recursos aplicados nesses ativos e, por conseguinte, a arrecadação de tributos.
Por ser um dos pioneiros no país a investir no Bitcoin, isso quando a criptomoeda custava menos que um par de sapatos, Praxedes conseguiu seu primeiro bilhão de dinheirinhos quando a moeda superou as casa dos US$ 10.000,00 em 2017, o que fez com que ele vendesse parte de suas criptomoedas e aplicasse o valor arrecadado em fundos de investimento do próprio BTB. E foi esse movimento especulativo que o aproximou de Aldir Inácio, quando este ainda era um deputado buscando se cacifar à Presidência de Banânia.
Como Josué Estevesson mantinha em sua carteira de investimentos participações em empreendimentos logísticos, um dos ramos em que Isaque Davi lavava dinheiro das rachadinhas de Aldir, certa vez combinou um almoço com Isaque, que foi acompanhado de Dirceu Farias. No encontro, Dirceu comentou com Estevesson sobre o interesse do então deputado Aldir em se candidatar à Presidência da República. Entretanto, como Aldir era pouco conhecido e muito rejeitado pelos empresários, Dirceu sugeriu uma espécie de “apoio moral” por parte de Josué, com vistas a afastar do empresariado bananista o receio que mantinha em relação a um parlamentar com alto viés estatizante como Aldir Inácio. Foi quando Josué Estevesson propôs que Aldo Praxedes ficasse responsável pela formulação das propostas econômicas do programa de governo de Aldir, que via em Praxedes um nome bem alinhado com seu projeto de poder por duas razões: primeiro, porque sabia vender para o mercado suas ideias; e segundo, porque sabia enrolar as pessoas e especular com as expectativas destas.
Caso essa junção de forças entre Aldir e Praxedes desse certo, Estevesson teria acesso privilegiado permanente às intenções e às ações do governo Aldir Inácio, o que permitiria ao Banco BTB antecipar movimentos estratégicos em relação a concorrentes no mercado de capitais e, por conseguinte, maximizar os lucros do banco. E a aposta deu certo para Josué: Aldir foi eleito, Aldo Praxedes assumiu a “chave do cofre” do país e, de bônus, Estevesson ainda conseguiu emplacar o filho Magalhães no comando do Banco Nacional de Banânia, estatal bananista que atua no setor financeiro.
Que saber um pouco mais sobre essa história que lembra um pouco a política no Brasil? Então, não deixe de ler o livro República das Banânias, disponível na Amazon. Carpe diem!
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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