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Quando os hábitos político-gastronômicos de Brasília se tornam indigestos demais para o Brasil

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 13 de out. de 2020
  • 2 min de leitura

Neste fim de semana, o assunto que tomou destaque na imprensa e na Internet foi a soltura de um dos traficantes mais perigosos do país, André do Rap.

Considerado uma das principais lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC), André do Rap foi preso durante a Operação Oversea, cuja relatoria compete à Ministra do STF Rosa Weber. Entretanto, uma liminar concedida pelo Ministro Marco Aurélio Mello autorizou a soltura do meliante, a despeito de a relatoria do caso pertencer àquela magistrada. Resultado: em que pesem os esforços do Presidente do STF, Ministro Luiz Fux, de revogar a decisão de Marco Aurélio, já era tarde demais: André do Rap saiu da cadeia e se encontra em LINS (Lugar Incerto e Não Sabido).

Alguns dirão que a atitude de Marco Aurélio está em linha com a atua legislação penal, que foi ajustada pelo Congresso Nacional na esteira das discussões sobre o Pacote Anticrime que o ex-ministro Sérgio Moro havia formulado. Todavia, o pacote sofreu um esvaziamento de sua essência e recebeu uma série de enxertos que mais beneficiaram do que arrocharam para criminosos. O resultado dessas mexidas do Congresso Nacional estamos vendo agora, com a soltura de diversos presos com calibres de periculosidade similares aos de André do Rap.

Não é de hoje que as forças políticas de Brasília vivem num mundo paralelo e alheio ao restante do Brasil. E não estamos falando somente das atitudes de Jair Bolsonaro e de congressistas. Também falamos de membros de tribunais superiores que ignoram que a Justiça é cega e passam a olhar para as causas segundo quem está envolvido nelas e segundo o olhar da fria letra da lei ou das filigranas processuais que muito menos importam que o estrago causado por quem está sendo processado.

Curiosamente, as mesmas forças políticas que vivem de pompas, paetês, convescotes e formalidades processuais ignoram as injustiças que o cidadão brasileiro vive no resto do país. Estamos falando de milhões de brasileiros que sofrem com a violência das narcomilícias, com a corrupção de alguns agentes públicos e os impactos socioeconômicos desta, com o aumento do custo de vida e a queda do poder aquisitivo.

Caso as “Excelências” se importassem com direitos e garantias fundamentais, trocariam os discursos e os despachos proferidos em processos promovidos por lobistas e bancas de advocacia especialistas em engenharia social pelo caminhar nas ruas de guetos espalhados pelo país. Porém, gueto não cabe em suas decisões monocráticas e colegiadas. Só cabe em teses acadêmicas e capítulos de novelas distantes da realidade social.

Enquanto isso, o povo tem que lidar com a escalada das ações de corruptos e narcomilicianos que se escoram em medidas legislativas, bons advogados e falhas processuais, produzindo um sentimento coletivo de que o crime cada vez mais está compensando e que ao cidadão só restam os impostos e as bananas dadas por políticos e magistrados chegados a jantares, vinhos e lagostas.

Pensem nisso e não permitam que o Brasil se torne um paraíso para criminosos. Ou o povo faz valer que todo o poder emana do próprio povo, ou Brasília converterá este país num caos político, econômico e social.

Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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