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Ou paramos o sistema que criou Lula e Bolsonaro, ou o sistema vai parar o Brasil!

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 12 de jul. de 2021
  • 4 min de leitura

Este texto é uma reprodução adaptada de um artigo escrito e publicado por este autor no Portal Academia, em 2020. Apesar disso, sua mensagem originária ainda se revela útil e atual.


Numa democracia, dar um voto para alguém não é dar carta branca, e sim acreditar que o escolhido representará a melhor escolha para o país num determinado momento. Quem vota tem o poder não só de escolher, mas também de fiscalizar, cobrar e, se for preciso, destituir quem foi eleito.


No momento de produção da versão originária deste texto, cerca de 15.000 brasileiros haviam morrido de COVID-19. Agora (12/07/2021), já são mais de 530.000 concidadãos brasileiros mortos pela doença e pelo descaso. Apesar disso, agentes públicos tripudiam da dor e dos impactos socioeconômicos dessa pandemia e buscam formas de promover uma sangria dos cofres públicos, enquanto políticos oportunistas e falsos profetas oportunizam a situação para ampliarem seus domínios sobre as vidas e as consciências das pessoas.


Certa vez, Sun Tzu escreveu que um dos elementos para o sucesso numa guerra é a capacidade de comando de um exército, o que se soma à influência moral de quem governa, ao clima, ao terreno e à doutrina preponderante. Esse comando, ainda Sun Tzu, deve estar imbuído dos seguintes atributos: sabedoria, sinceridade, humanidade, coragem e rigor.


Quando estabelecemos algumas comparações entre os atributos necessários a quem comanda um exército e o que Bolsonaro oferece, vemos que o atual Presidente da República está muito aquém de uma liderança capaz não só de livrar o Brasil dos impactos da pandemia, mas também de conduzir o país ao desenvolvimento em bases sustentáveis. Para começar, falta sabedoria para Bolsonaro, na medida em que ele ignora o estado em que o país se encontra e o papel de um Presidente num Estado Democrático de Direito. Ele ataca e avança sobre instituições independentes e crê que parlamentares, magistrados e membros do Ministério Público devem se subordinar aos seus desígnios, seja por cooptação, seja por intimidação.


No que tange à sinceridade que Jair Messias carrega, ela é tão vazia e descontextualizada quanto os versículos bíblicos que ele cita reiteradamente, como se fosse alguém que se escora nas Sagradas Escrituras e no cristianismo para ocultar o seu vazio espiritual.

Em relação à humanidade que um comandante deve portar, Bolsonaro despreza esse atributo, na medida em que promove “rolezinhos”, passeios de jet ski e motociatas em meio à comoção nacional com as crescentes mortes por COVID-19 e com o empobrecimento gradual das classes C, D e E. Para tanto, Jair Messias conta com o apoio de figurões das classes A e B desfilando em seus carrões pelas ruas dos grandes centros urbanos, promovendo buzinaços em frente a hospitais e pedindo para que a economia retome seu cotidiano.


Não fosse pela hipocrisia de quem promove essas carreatas, visto que a maioria desses manifestantes está confinada em casa, com a geladeira cheia e as contas em dia, seria um pleito legítimo. Porém, o que Bolsonaro e seus amigos burgueses querem é que a população mais humilde vá para as ruas produzir os lucros que a burguesia almeja, ficando à mercê do novo coronavírus e de um sistema público de saúde à beira do colapso.


Quanto à coragem de Bolsonaro, ela é tão vaga quanto seus discursos em defesa da vida e da liberdade. Quando instado a se manifestar sobre o combate ao inimigo invisível COVID-19, joga a responsabilidade no colo de prefeitos, governadores, parlamentares e ministros do STF, enquanto passeia pelas ruas do Brasil rodeado de seguranças e bajuladores. Afinal de contas, a valentia dele é tanta que, num momento como este em que vivemos, ele opta pelos refrões “mais Brasília e menos Brasil” e “mamata acima de tudo e contribuintes pagando tributos”.


No tocante ao rigor de Jair Bolsonaro, ele é dúbio! Posa de poderoso e rigoroso perante a mídia e seus bajuladores, mas abaixa a cabeça para pedidos e acordos com políticos patrimonialistas, tudo em prol da permanência e de uma pretensa perpetuação no poder, tal como Hugo Chávez fez na Venezuela, quando comprou políticos, magistrados e generais desprovidos de alma, mas providos de ganância!


Em suma, o pandemônio causado pela baixeza moral de Bolsonaro e seus apoiadores, incluindo aliados políticos de ocasião, vem promovendo um prejuízo jamais visto neste país. Com a sua incompetência técnico-gerencial e seu oportunismo político, Bolsonaro está promovendo, em dois anos e meio de governo, prejuízos à nação maiores que o PT de Lula e Dilma promoveu em 13 anos.


Frise-se que a baixeza moral de Bolsonaro e sua incompetência para liderar um país com os desafios do Brasil não afasta, tampouco apaga os erros cometidos pelo consórcio político PT-MDB. Pelo contrário. Se por um lado Bolsonaro espelha seu projeto de perpetuação de poder em regimes autoritários de extrema-direita, a “esquerda caviar” brasileira se apoia em ideólogos, facínoras e regimes do naipe de Cuba, Venezuela e Coreia do Norte. Em suma, ambos os extremos políticos querem Paris e Nova Iorque, mas só têm a oferecer Havana e Budapeste.


Isso posto, reforça-se o lamento pelas ruas de 2013, 2015, 2016 terem trazido ao poder um oportunista que mais lembra Agátocles Siciliano que Winston Churchill. Enquanto Churchill ajudou a Inglaterra a vencer a guerra contra o inimigo nazista, Bolsonaro se alia ao inimigo COVID-19, a políticos fisiológicos e militares gananciosos em prejuízo da população. Governar por decretos e medidas provisórias não tornará Jair um grande líder, tampouco transformará agentes públicos que se submetem aos desígnios dele em bons agentes públicos ou agentes providos de competência. Pois a história da humanidade não pertence a quem a falseia!


Diante do exposto, reitera-se aqui a necessidade de luta contra o COVID-19, mas também contra quem atenta contra o Estado Democrático de Direito, não importando se o inimigo é um agente público sanguessuga, ou um político oportunista. Portanto, ou paramos o sistema que criou Lula e Bolsonaro, ou o sistema vai parar o Brasil e transformar o solo tupiniquim numa grande Haiti, com seu caos político e suas guerras de gangues!


Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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