O preço que o Brasil paga pela incompetência do Estado não tem preço!
- Pedro Papastawridis

- 19 de fev. de 2021
- 3 min de leitura
Quase 250.000 pessoas mortas por Covid-19, dezenas de milhões de brasileiros desempregados e subempregados, milhões de brasileiros passando fome todos os dias, bilhões de dólares de investimentos que deixaram de vir para o Brasil e outros bilhões de dólares que não param de sair do país. Esse é o retrato de uma nação cujo aparelho estatal é incompetente para administrar o básico que lhe é exigido com o tanto de tributos que a população paga.
Enquanto a quase integralidade dos brasileiros sobrevivem diariamente carregando em suas costas o fardo de um Estado inchado e incapacitado, milhares de agentes políticos gozam de benesses típicas de membros da nobreza: salários altos e pagos em dia, segurança particular, motorista, assessores, água mineral, cafezinho servido na mesa e todo um aparato de comunicação social para garantir a narrativa do poder estabelecido. Na hora de cobrar, esses agentes (Presidente da República, governadores, prefeitos, deputados, senadores, vereadores, magistrados e membros do MP) querem tudo para ontem. Na hora de entregarem algum benefício para a sociedade, empurram a solução para amanhã e tentam se beneficiar politicamente disso.
O caso mais emblemático que estamos vivendo no país do Estado incompetente vemos na cúpula do Ministério da Saúde, que mais se assemelha a uma sede social do Clube Militar: dezenas de militares “bons de logística” muito bem remunerados tocam uma pasta essencial ao combate da pandemia de Covid-19 e se comportam como um bando de amadores que nunca planejaram um carrinho de compras em toda a vida. Enquanto buscam culpados para se eximirem de suas responsabilidades, milhares de pessoas morrem de coronavírus todos os dias, a vacinação caminha a passos lentos e a insegurança para investir e trabalhar só aumenta. Até a iniciativa privada já se dispôs a ajudar o Ministério da Saúde com a campanha de vacinação contra a Covid-19. Entretanto, a incompetência da cúpula da pasta e o mau-caratismo de Jair Bolsonaro já afastaram essa possibilidade.
Quem acompanha os textos do Blog do Papa, sabe que muito do que está escrito neste texto já foi discutido em outras publicações. Mas é um ponto de reflexão e de inconformismo que deve ficar bem nítido na consciência e nos planos de pessoas e empresas. Sem planejamento, organização, direção e controle adequados, nenhum Estado é capaz de superar a insegurança sanitária de uma pandemia, a insegurança provocada pela impunidade e a violência e a insegurança da informação advinda de vazamentos recorrentes em bases de dados de organizações públicas e privadas. Sem segurança, nenhum investidor institucional, nenhum fundo de investimentos, nenhuma empresa e nenhum país se sentirão à vontade para colocarem capital de longo prazo no Brasil. E quem paga a conta do pensamento de curto prazo que a insegurança provoca e que leva a um ambiente de negócios especulativo e estagnado é o povo brasileiro, e não o burocrata colocado na máquina pública pelo Bolsonaro, pelo Lula, ou pelo Centrão.
O Brasil está perdendo muito tempo com políticos incompetentes. Perde muito tempo com burocratas incompetentes. E perde mais tempo ainda com jogos de empurra e busca de culpados para se eximir de responsabilidades por parte de agentes públicos bem remunerados e desprovidos de conhecimentos, habilidades e atitudes para administrar. Ou o Brasil real (que trabalha, produz, paga impostos e escolhe seus representantes) toma as rédeas da administração do país, ou a falência do Estado brasileiro e o fim do país serão só uma questão de tempo. E isso não é exercício de adivinhação, e sim um previsão baseada em fatos e dados analisados por quem, ao contrário dos agentes públicos que estão à frente da máquina pública, entende de Administração.
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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