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O mar ficou estreito para um navio cargueiro no Canal de Suez (e isso pode afetar seu bolso)

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 25 de mar. de 2021
  • 2 min de leitura

Na última terça-feira (23/03/2021), um navio cargueiro de bandeira panamenha e de propriedade da empresa taiwanesa de navegação Evergreen encalhou no Canal de Suez, situado no Egito. Essa embarcação, contendo mais de 200.000 toneladas e 400 metros de comprimento, ficou alojada de maneira lateral, impedindo o tráfego marítimo na região. Com isso, já são registrados congestionamentos de navios dos dois lados do canal, que serve de conexão entre Europa, África Oriental, Oriente Médio e as principais economias do Índico e do Pacífico.


Para quem não conhece a história do Canal de Suez, trata-se de uma via marítima construída na segunda metade do século XIX, tendo sido inaugurada em 17/11/1869. Diferentemente do Canal do Panamá, que opera com sistema de eclusas para compensar os desníveis ao longo de sua travessia, o Canal de Suez dispensa esse recurso, o que barateia os custos de gestão da via e de navegação.


Por se tratar da principal rota de comércio entre os países do Mar Mediterrâneo e os situados nos oceanos Índico e Pacífico, o Canal de Suez serve de travessia para dezenas de navios que movimentam cerca de 10% de todo o comércio internacional. Devido a isso, a suspensão da navegação por essa via não só provocará atrasos e encarecimento dos custos com o transporte de mercadorias que transitam nessa região do mundo, mas também aumentará a probabilidade e os impactos relacionados com o desabastecimento de algumas das principais cadeias de valor globais. E isso pode se refletir nos preços de insumos e produtos importados pelo Brasil muito em breve, caso a circulação pelo Canal de Suez não seja restabelecida rapidamente.


Exemplos de setores que podem ser atingidos pela suspensão de circulação entre Europa, Ásia e Pacífico são o de commodities minerais (petróleo, ferro, alumínio e ouro), de bens de capital e o de insumos médico-hospitalares. No último caso, a cadeia de suprimentos de alguns itens necessários ao enfrentamento da Covid-19 pode, num cenário pessimista, suspender a entrega de alguns produtos por atrasos na logística de suprimentos.


Diante do exposto, fica o alerta à indústria nacional para mapear essa situação no Canal de Suez e produzir respostas rápidas que mitiguem os impactos do encalhe desse navio da Evergreen, como recorrer temporariamente a insumos e cadeias de suprimentos que operam por outras rotas de navegação ou empregam outros modais de transporte, avaliando questões decisórias como o senso de urgência e a variação dos custos logísticos do que é demandado.


Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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