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O Grito do Ipiranga entre a Covid-19 e a beira do abismo democrático

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 8 de set. de 2020
  • 3 min de leitura

Nesse feriado dos 198 anos de Independência do Brasil que ocorreu ontem, este que lhes escreve aproveitou para descansar um pouco e resolver umas questões com a empresa que cuida da hospedagem do Blog do Papa, como funcionalidades que a empresa disponibiliza e que não vêm funcionando no site.

No entanto, administrar é preciso. E administrar envolve estar bem informado sobre o que ocorre no Brasil e no mundo a todo momento. E esse último 7 de setembro deu o que falar: das praias cheias no Rio de Janeiro até o discurso grotesco de Jair Bolsonaro em defesa do Golpe Militar de 1964, o que se viu num dia em que se deveria celebrar o Brasil e seus heróis do cotidiano foi um retrato de um país que existe no papel, mas na prática funciona como se fosse um amontoado de pessoas.

Para começar, a questão das praias lotadas. Quem passou por regiões como Urca, Arpoador, Ipanema, Leblon, Barra da Tijuca e Recreio, deparou-se com um típico dia de praia no Rio de Janeiro. Não fosse por um detalhe: o banho de mar estava permitido, mas as barracas de praia e os acampamentos na areia não! Se isso é um “ato de protesto em defesa das liberdades individuais”, sinto dizer, mas você está sendo ludibriado por políticos que sabotam o interesse coletivo, o Estado Democrático de Direito e o seu próprio bem-estar. Veja se alguns desses políticos, que só lembram de você para pedir o seu voto e cobrar seus impostos, recordam dos quase 130.000 brasileiros que se foram pela Covid-19. Eles preferem dividir a sociedade para tornar mais fácil a conquista, tal como os colonizadores portugueses fizeram a partir de abril de 1500 com os índios.

Prosseguindo com o 7 de setembro em terras tupiniquins, vimos um desfile de 7 de setembro com forte cunho panfletário em Brasília. Até transmissão pela TV estatal que Jair Bolsonaro prometeu extinguir, alegando em 2018 custar um bilhão e não servir para nada, houve. Pelo visto, ignorar bilhões dos cofres públicos se tornou uma prática num governo que nunca suou a tanga para colocar as contas públicas e a dignidade da pessoa humana em dia. Que o digam os quase R$ 42 bilhões de irregularidades no auxílio emergencial identificados pelo TCU e as igrejas que estão prestes a receber R$ 1 bilhão em perdão de dívidas tributárias.

Por fim, temos o pronunciamento presidencial de Jair Bolsonaro. Com forte cunho integralista, Bolsonaro voltou com aquela retórica de “Deus, pátria e família” típica de quem troca de esposa como troca de camisa de time de futebol e vê de camarote a família defendendo a legalização de milícias e o fechamento de instituições com um cabo e um soldado. Só faltou Jair Messias gritar um “Anauê!” durante seu pronunciamento em defesa do Golpe Militar de 1964.

Enquanto isso, a vida do cidadão comum segue sem trabalho para todos, com a pressão inflacionária voltando aos itens da cesta básica, sem transporte público adequado e sem hospital público de qualidade para a população. Porém, o que importa para os “defensores da liberdade” é o rolezinho de moto na Barra da Tijuca, o churrascão assegurado por milicianos em Rio das Pedras e os votos e o dinheirinho dos impostos pagos pelos cidadãos. E assim o Brasil vai seguindo sua trajetória em direção à derrocada dos valores republicanos e da democracia.

Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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