El Niño vem aí (e o bicho pode pegar)
- Pedro Papastawridis

- 8 de mai. de 2023
- 2 min de leitura
Enquanto o país volta as atenções para as pretensões golpistas que pessoas ligadas a Bolsonaro mantinham e às pretensões ditatoriais de lulopetistas de censurarem redes sociais e cidadãos brasileiros, cientistas manifestam preocupação em relação ao próximo El Niño que está por vir e que promete ser o mais quente da história desse fenômeno meteorológico.
Mas, o que é El Niño?
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), El Niño faz parte de um fenômeno atmosférico-oceânico que ocorre no oceano Pacífico, denominado El Niño Oscilação Sul (ENOS). O ENOS refere-se às situações nas quais o oceano Pacífico Equatorial está mais quente (El Niño) ou mais frio (La Niña) do que a média histórica, sendo que essas mudanças na temperatura do oceano Pacífico acarretam efeitos sobre o clima global. No caso específico do El Niño, ele costuma provocar um aumento médio das temperaturas da zona tropical da América do Sul, além da redução no volume de chuvas em boa parte do território brasileiro.
Por conta desse aumento das temperaturas e da redução das precipitações, o El Niño costuma causar diversas perdas econômicas nas lavouras e desequilíbrios no regime hidrológico nacional capazes de aumentarem o risco de desabastecimento de água e de intercorrências na geração de energia elétrica em todo o Brasil, ainda muito dependente das usinas hidrelétricas.
No momento, cientistas e profissionais do ramo da Meteorologia estão monitorando a chegada de um novo ciclo de elevação das temperaturas do oceano Pacífico que pode resultar numa espécie de “Super El Niño” para o segundo semestre deste ano, indicando que longos períodos de estiagem e recordes de temperaturas estão por vir nos próximos meses em grande parte do nosso país, à exceção da Região Sul, que pode sofrer com eventos extremos de chuvas e tempestades.
E como governo e sociedade podem somar forçar para mitigar os impactos climáticos desse fenômeno que está na iminência de se repetir?
Em primeiro lugar, o combate ao desmatamento e à degradação dos ecossistemas brasileiros precisa ser intensificado, dado que o El Niño tende a potencializar os impactos da degradação ambiental sobre o regime hidrológico e o solo.
Somado ao exposto acima, autoridades nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal) precisam combinar esforços com empresas e terceiro setor para sensibilizar a sociedade da necessidade de preservar o meio ambiente e reforçar comportamentos que vão ao encontro da cultura de preservação ambiental, como a adoção dos 3Rs na utilização de materiais (redução, reutilização e reciclagem).
Por fim, nosso país precisa estruturar um sistema nacional integrado de gerenciamento de riscos com foco no mapeamento, mensuração e tratamento dos riscos à segurança de pessoas, comunidades e regiões por conta de eventos naturais e resultantes da ação do homem. Somente dessa forma será possível minimizar os impactos econômicos e sociais desse El Niño que está por vir e que tende a ser um dos mais severos da história. Em suma, prevenir é muito melhor (e mais econômico) do que remediar e lamentar os impactos provocados por eventos climáticos como o aqui descrito.
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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