No Reino da Covid-19, o caos se alastra e a ameaça global se torna iminente
- Pedro Papastawridis

- 6 de mar. de 2021
- 3 min de leitura
Já faz muito tempo que o Brasil ignora a importância de viver de maneira pacífica e harmônica com as demais nações do mundo. Já faz muito tempo que a nação tupiniquim tripudia de líderes globais e parceiros comerciais, tornando-se um pária diplomático e uma piada internacional. E esse comportamento, impulsionado com a tomada de poder por Bolsonaro e seus lacaios e pelo acordão entre Poderes da República em defesa da impunidade de grupos políticos brasileiros, representa uma ameaça global iminente.
Bom seria se os brasileiros levassem mais a sério essa ameaça global que o Brasil vem se tornando em setores como meio ambiente e combate à Covid-19. Isso seria o suficiente para neutralizar a escalada de um Estado paralelo que opera nas sombras do Estado brasileiro e impedir que Jair Bolsonaro se aliasse à Covid-19 em detrimento de uma nação. Mas o povo está encurralado pelas falanges de extrema-direita que apoiam o projeto de poder de Jair Messias, os movimentos sociais estão letárgicos e as lideranças políticas estão com os bolsos cheios.
Faz dois anos que o mundo tem que lidar com Bolsonaro tripudiando da defesa do meio ambiente. Faz dois anos que Jair Messias e seus lacaios debocham de parceiros comerciais como Argentina, China e União Europeia. E faz dois anos que a submissão dos interesses do governo brasileiro aos interesses da extrema-direita ianque vem custando a perda de negócios com parceiros internacionais de longa data, a fuga de investimentos estrangeiros do solo brasileiro e a queda de relevância comercial e diplomática de um país que, outrora, foi um dos principais entusiastas do multilateralismo, sendo um dos membros fundadores da Organização das Nações Unidas (ONU).
Alguns dirão que o Blog do Papa se arrisca ao escrever coisas assim, visto que o risco de perseguição por marginais identificados com o projeto de poder de Bolsonaro é muito grande. Porém, o Blog do Papa foi fundado por um ser humano livre, filho de uma mãe afrodescendente e de um pai europeu. E ele não se curvará a marginais que operam nas sombras e à custa do enfraquecimento de um Estado Democrático de Direito, sendo, muitas vezes, incitados e patrocinados por figuras políticas com livre acesso a gabinetes e recursos de Brasília. Vivemos em 2021, caros leitores! E não em 1821, quando o ventre era quem definia quem seríamos pelo resto de nossas vidas. Somos livre e devemos lutar por isso, ainda que a liberdade custe nossas vidas, pois sem liberdade não existe viver. Somente sobreviver de joelhos.
Sem o povo nas ruas lutando por direitos fundamentais, os ratos tomaram de assalto o poder. Sem o povo lutando por saúde, educação e segurança, tal como vimos no Chile em 2019, o SUS entrou em colapso pelas mãos de generais, o dinheiro da merenda está nas mãos do Centrão e a segurança fica por conta da nossa fé e da nossa sorte, pois magistrados, membros do MP e agentes de segurança pública estão mais preocupados com política do que em servir e proteger a sociedade que paga os seus salários.
Com esse estado de coisas que acomete o Brasil, fica nítido que a res publica se tornou uma falácia pelas mãos de figuras como Jair Bolsonaro, Arthur Lira, Rodrigo Pacheco, Augusto Aras e Gilmar Mendes. Aliás, as únicas coisas que esses agentes políticos entendem como “do povo” é o pagamento de tributos e a submissão à autoridade constituída, tal como costuma acontecer em regimes totalitários.
Ignorar esses fatos é ignorar o que nos identifica como um Estado Democrático de Direito: uma conjunção de terra, povo e soberania regida segundo o império da Lei. E o custo da nossa ignorância está ficando muito elevado, sob a forma de milhares de vidas que se perdem todos os dias para a Covid-19 e para a violência das ruas e da corrupção, da estagflação, do desemprego e da fome.
Sendo assim, fica o alerta às nações civilizadas do mundo: o Brasil de Jair Bolsonaro está se tornando uma ameaça global do ponto de vista sanitário, na medida em que se alia às piores práticas de enfrentamento da pandemia de Covid-19, incita militantes a perseguirem os que apoiam medidas de isolamento e distanciamento social, desinforma e sabota campanhas de vacinação de estados e municípios e estimula o surgimento de variantes do vírus pela indução do consumo de substâncias sem eficácia comprovada contra a doença.
Tenham sempre em mente que o país pertence aos que acreditam nele. Sem isso, o Brasil Paralelo ganha espaço e poder e conduz o Brasil Real ao que foi a Europa na Idade Média: uma associação entre senhores feudais com o domínio da consciência humana pela Igreja e o uso da força pelas milícias do Rei.
Abraços e fiquem com Deus!





Comentários