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Hortas urbanas e seus benefícios para o desenvolvimento sustentável das cidades

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 20 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Quem mora no Rio de Janeiro, provavelmente já se deparou com uns espaços dentro de áreas de servidão da Light em que famílias cultivam hortas e pomares para consumo próprio ou revenda. Inclusive, uma das hortas mais conhecidas em espaços assim no Rio de Janeiro ocupava a área que hoje abriga o Parque Madureira. Bateu saudade desses tempos, comunidade madureirense?

Exemplos como esses vêm retomando força e ocupando equipamentos urbanos da Europa e dos Estados Unidos. São as chamadas hortas urbanas, espaços agrícolas cultivados em instalações e áreas situadas na zona urbana, como áreas de servidão de concessionárias de serviços públicos, morros, praças, escolas e até em muros e paredes.

Com o processo de urbanização pelo qual o Brasil passou nos últimos 50 anos, muitas áreas rurais próximas a regiões metropolitanas foram deslocadas para o interior dos estados, onde a terra era mais abundante e barata. Porém, com o distanciamento das hortas e pomares dos grandes mercados consumidores, os custos com armazenagem e transporte dos itens agrícolas foi aumentando, fazendo com que frutas, verduras e legumes chegassem aos centros urbanos com preços mais elevados e com a qualidade muitas vezes afetada.

Diante disso, e com o crescimento do mercado consumidor para produtos orgânicos, muitas famílias e pequenos negócios passaram a utilizar espaços dentro das cidades para produzirem itens de primeira necessidade, aproveitando-se do “terroir” da região e de práticas mais sustentáveis de preparo da terra para o cultivo de produtos como tomate, cebola, pimentão, mandioca, alface, agrião e hortelã. Além disso, algumas escolas passaram a estimular a prática do cultivo na terra, ensinando crianças e adolescentes a preparar e semear a terra e colher alguns itens agrícolas, que podem ser consumidos na própria escola ou levados pelos alunos para suas respectivas casas.

Obviamente, o custo de vida e a especulação imobiliária dentro das cidades costumam ser obstáculos para quem pretende empreender na agricultura urbana. Porém, com um pouco de criatividade e união de esforços entre comunidade, empresas e Poder Público, é possível utilizar a horta urbana como impulsionador da sustentabilidade nas cidades, por meio de:

· Ações de preservação ambiental de morros e matas ciliares, combinando o plantio de vegetação típica dessas regiões com hortas e pomares;

· Atividades curriculares e extracurriculares em escolas da rede básica de ensino de conscientização de crianças, adolescentes e jovens quanto à necessidade de preservação de ecossistemas locais;

· Atividades curriculares e extracurriculares de manejo da terra em escolas da rede básica de ensino, estimulando crianças, adolescentes e jovens a montarem hortas na própria casa ou em espaços urbanos;

· Fomento ao cooperativismo agrícola urbano em comunidades carentes e com grupos em situação de risco social;

· Parcerias entre o Poder Público, empresas e ONGs para capacitação de grupos em situação de risco social em ações de manejo sustentável da terra, produção de hortas e pomares e empreendedorismo;

· Abertura de linhas de créditos para cooperativas agrícolas urbanas; e

· Processo simplificado de compras públicas dos produtos agrícolas cultivados localmente e segundo práticas de manejo sustentável.

Com essas medidas, não só a agricultura em espaço urbano ganha corpo, mas também gera inclusão social, desenvolvimento econômico e conscientização acerca da preservação e manejo responsável de morros, encostas e faixas de terra à margem de rios e lagoas. E se é bom para todo mundo, é melhor ainda para cada um.

Quanto à história do espaço que hoje é o Parque Madureira, não deixem de visitá-lo, pois vale muito a pena! Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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