Eleições nos Estados Unidos: por que a mídia mainstream não quer falar sobre a vitória de Trump e as implicações dessa eleição para o mundo
- Pedro Papastawridis

- 4 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Amanhã (05/11/2024), o mundo assistirá a uma das decisões mais importantes do planeta nos próximos quatro anos: a escolha do próximo Presidente dos Estados Unidos. Afinal de contas, estamos falando da maior economia e principal potência militar global.
Como de costume, democratas e republicanos disputam a presidência americana voto a voto. Do lado dos democratas, concorre à presidência Kamala Harris, atual Vice-Presidente americana e substituta de Joe Biden nessa disputa, enquanto os republicanos vão pela terceira vez seguida de Donald Trump, que presidiu o país entre 2017 e 2020.
Apesar da torcida que os principais veículos de comunicação de Brasil, Estados Unidos e Europa vêm fazendo a favor de Kamala Harris (foi isso mesmo que você leu, caro leitor: a mídia mainstream vem usando o jornalismo profissional como fachada para atuar como torcida organizada de projeto político), Trump é o grande favorito para assumir um segundo mandato presidencial.
Alguns se perguntarão após leitura do exposto acima: baseado em que o Blog do Papa afirma que Trump é favorito?
Além da leitura desapaixonada e crítica da realidade americana (algo que a mídia mainstream não quer fazer, pois vive atualmente numa bolha ideológica), o Blog do Papa realizou um levantamento projetando os estados americanos em que Donald Trump conquistará a integralidade dos delegados, seja por se tratarem de estados em que o Partido Republicano conquistou a maioria dos votos nas duas últimas eleições presidenciais (2016 e 2020), seja porque alguns estados em que Biden venceu em 2020 pendem para a agenda econômica protecionista de Trump e contrária à Agenda Woke que o Partido Democrata tenta impor desde os Governos Obama (2009-2016). O resultado desse levantamento está na tabela 1 abaixo.

Tabela 1 – Estados em que Donald Trump tende a vencer e por que vencerá (fontes: Portal G1, El País e Exame).
Como o total de delegados que a confederação de estados americanos possui é de 538, quem obtiver pelo menos 270 desses delegados estará eleito. Com base no levantamento da tabela 1, Trump tende a obter 287 ou mais delegados, o que dá uma boa margem de diferença em relação a Kamala.
A alta do custo de vida pós-pandemia de Covid-19 combinada com a guerra comercial que os Estados Unidos vêm travando com a China pesarão muito nas urnas amanhã. Afinal de contas, a perda de competitividade nacional e de poder aquisitivo das famílias são temas muito caros a quem busca sentar-se na cadeira presidencial americana. No caso de Kamala, o fato de seu partido ter sido tolerante com os avanços econômicos dos chineses e de tentar emplacar pautas como legalização das drogas e do aborto pesarão mais ainda contra ela e a favor de Trump, o que reforçaria uma provável mudança de rumos eleitorais em quatro estados de 2020 para 2024 (Arizona, Geórgia, Nevada e Pensilvânia).
E quanto aos rumos do planeta após essa provável eleição de Trump? Será o “fim do mundo”?
Um segundo mandato de Donald Trump, ceteris paribus, não representará o fim do mundo, caros leitores! Tal narrativa apocalíptica se trata do mesmo terrorismo retórico que a mídia mainstream vem propagando todas as vezes que um candidato de direita é favorito a conquistar a presidência de um país. Foi assim com a eleição de Javier Milei na Argentina no ano passado, está sendo assim com Trump e, certamente, será com o candidato que a direita brasileira apoiará em 2026. Como já foi abordado neste texto anteriormente, a mídia mainstream há anos que usa o jornalismo profissional como fachada para agitprop (agitação e propaganda política).
Caso Trump seja eleito, a tendência são os Estados Unidos aumentarem o protecionismo comercial contra China e seus aliados dos BRICS, já que o avanço econômico chinês vem representando a perda de negócios, empregos e renda para os americanos. Ademais, agendas como a de costumes, ESG e verde tendem a dar lugar ao pragmatismo, marca de Trump enquanto “businessman”. Com isso, setores como petróleo e gás natural, tecnologia e manufatura podem ganhar com os incentivos fiscais que Trump deve promover internamente.
No campo geopolítico, Trump deve estabelecer um contraponto aos BRICS por meio do fortalecimento da aliança econômica com o NAFTA (Canadá e México) e militar e tecnológica com os parceiros de AUKUS (Austrália e Reino Unido), Israel, Japão e Coreia do Sul, além de manter influência na América do Sul por meio da Argentina de Milei.
Isso posto, o momento é de esperar o resultado das urnas nos Estados Unidos, o que deveremos saber até a próxima sexta-feira, já que a votação por lá se dá por meio de cédulas. E que vença o que a democracia americana julgar melhor para os americanos!
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





Comentários