Cúpula do Clima 2021 e o que mundo espera (ou não) de Bolsonaro
- Pedro Papastawridis

- 19 de abr. de 2021
- 2 min de leitura
Na próxima quinta-feira (22/04/2021), dezenas de lideranças globais e Chefes de Estado participarão de um encontro virtual promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. E o prato principal desse encontro não será nada digestivo para o Governo Bolsonaro: o compromisso do mundo com a preservação de ecossistemas, a fim de mitigar os impactos do aquecimento global.
No caso do Brasil, é bem provável que as principais economias do planeta, a começar pelos Estados Unidos de Joe Biden, cobrem resultados mais efetivos no enfrentamento das queimadas e desmatamentos dos ecossistemas brasileiros, sobretudo Pantanal e Amazônia. E não adiantará Bolsonaro dar piti, colocar Hamilton Mourão para tergiversar sobre o tema, ou mandar o Otoni publicar vídeo chamando EUA, Europa e China de “vagabundos” e “filhos de Satanás”.
O mundo não é a claque de Bolsonaro para cair na lábia de Jair Messias e seus falsos profetas. Logo, ou Bolsonaro assume o compromisso de preservar o meio ambiente em solo brasileiro e evidencia esse compromisso com resultados, ou o mundo dará de ombros para retóricas circenses e vai isolar ainda mais o nosso país.
Dentre os riscos que o Brasil assumirá com o agravamento do isolamento internacional, temos:
1. A perda de acordos comerciais com Estados Unidos, União Europeia e China;
2. A negativa dos países-membros da OCDE em aceitarem o Brasil como membro;
3. A perda de recursos provenientes de países, fundos e organizações comprometidos com o desenvolvimento sustentável;
4. A queda nas exportações brasileiras por conta do ceticismo crescente do mundo acerca da qualidade de bens e serviços e do nível de engajamento ambiental dos exportadores tupiniquins; e
5. Com a perda de negócios e investimentos estrangeiros, a subsequente perda de emprego e renda de quem depende das cadeias de valor brasileiras que transacionam com o mercado internacional.
Diante do exposto, fica o alerta para Bolsonaro de que Joe Biden não é Trump, tampouco as falanges que batem palmas e promovem tuitaços de apoio ao Clã Bolsonaro. Ou Jair Messias entrega resultados na defesa do meio ambiente e no âmbito de uma agenda governamental focada na sustentabilidade, ou não haverá milícia digital capaz de reverter a imagem do Brasil no exterior, tampouco CPMF que reverta as perdas econômico-financeiras advindas da consolidação do país como anão diplomático e pária internacional.
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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