Cerrado brasileiro: sua importância para o Brasil e como o agronegócio pode ajudar esse bioma
- Pedro Papastawridis

- 11 de abr. de 2022
- 2 min de leitura
Quando falamos em meio ambiente no Brasil, muito se fala em Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica. Mas, e o Cerrado?
Considerado o segundo maior bioma do país, com uma área de cerca de 2 milhões de quilômetros quadrados, o Cerrado cobre grande parte da Região Centro-Oeste, do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), além de Minas Gerais e São Paulo. Por abastecer 8 das 12 bacias hidrográficas brasileiras, o Cerrado é considerado a “caixa d’água” do Brasil.
Ao longo dos últimos 30 anos, o Cerrado vem sofrendo com a degradação ambiental resultante da expansão econômica pelo interior do país. Uma parte dessa degradação é consequência direta da expansão agropecuária pelo Centro-Oeste brasileiro e pelo MATOPIBA, enquanto outra parte envolve o comprometimento de cursos d’água para a geração de energia e a exploração mineral.
Frise-se de antemão que este texto não visa às críticas contra o agronegócio. A ideia aqui é expor as consequências da exploração intensiva do espaço do Cerrado não só para a sobrevivência da fauna e da flora locais, mas sobretudo para a manutenção do equilíbrio hídrico e térmico de nosso país. Afinal de contas, é possível conciliar os interesses econômicos com o bem-estar social e a proteção ambiental. Basta querer.
Com o aumento progressivo da produção de soja e a expansão da pecuária bovina, diversas áreas do Cerrado deram lugar a milhões de hectares da oleaginosa e de pastagens para atender os mercados interno e externo, principalmente o mercado chinês.
Para atender ao incremento das exportações agropecuárias para China, regiões do oeste baiano e do Mato Grosso viram a dinâmica socioeconômica local mudar radicalmente com os investimentos que o agronegócio fez para impulsionar as exportações de carnes e grãos para o Dragão Asiático. Mas essa expansão das fronteiras agropecuárias para atender uma região da Ásia cada vez mais endinheirada e faminta por alimentos brasileiros vem provocando a devastação da cobertura vegetal do Cerrado e dos rios que cortam esse bioma, o que já vem se refletindo na escassez hídrica para a geração de energia, tal como vimos no segundo semestre de 2021.
Diante desse cenário, e tendo em vista os desafios que o Brasil terá pela frente na questão ambiental com parceiros como Europa e Estados Unidos, o momento é de o setor empresarial tornar as práticas agroindustriais mais sustentáveis, com foco na:
Redução do consumo de água na irrigação de lavouras;
Na preservação de matas ciliares dos rios que cortam o bioma;
No cultivo e nas pastagens em associação com áreas preservadas do Cerrado;
Na substituição gradual de fertilizantes e pesticidas por soluções mais “verdes”; e
Na busca de outras fontes de energia que não a hidrelétrica, como a eólica e a solar.
Conjugando os interesses econômicos com o social e o ambiental, o agronegócio brasileiro só tende a ganhar em termos de valor agregado de seus produtos e de reputação internacional, deixando de ser visto como vilão do meio ambiente e passando à condição de aliado da proteção de nossos ecossistemas. Para tanto, cabe repetir o que foi escrito acima: basta querer.
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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