Cerca de R$ 24,7 milhões por ano: é o quanto custa cada deputado federal e senador (e nós pagamos)
- Pedro Papastawridis

- 28 de mar. de 2022
- 3 min de leitura
Quando vamos no supermercado, na feira, ou na padaria, logo nos deparamos com a escalada dos preços de inúmeros itens essenciais à nossa sobrevivência: pão francês, margarina, café, feijão, arroz, óleo de soja, açúcar, etc. No entanto, a nossa renda permanece a mesma, o que faz com que consumamos menos coisas que estamos acostumados a comprar, ou substituir alguns produtos por itens mais baratos.
De fato, a vida no Brasil não anda fácil com essa estagflação que tomou conta do país nos últimos anos. Mas será que isso se reflete na mesma medida na vida de todos os brasileiros?
A julgar pela bonança e bem-estar que muitos agentes políticos ostentam, a coisa só está ruim para os outros 210 milhões de brasileiros que os sustentam. É o que também revela um estudo das universidades de Brasília, do Sul da Califórnia e do Instituto de Matemática Pura e Aplicada.
Segundo o trabalho divulgado por pesquisadores das três instituições supracitadas, o custo de cada um dos 513 deputados federais e 81 senadores para o restante da população brasileira é de cerca de R$ 24,7 milhões por ano. Essa é a quantia necessária para garantir salários, benefícios e penduricalhos como: assessores parlamentares, veículos oficiais, moradia funcional, dentre outros gastos que Poder Legislativo efetua para que “Suas Excelências” tenham condições de trabalhar.
Quando comparamos essa quantia com o valor do salário mínimo nacional, vemos como Brasília se tornou uma verdadeira “Cidade Imperial” para os 594 deputados e senadores que lá aparecem alguns dias da semana para discutirem matérias legislativas, emendas parlamentares, cargos e acordos com membros do próprio Legislativo e mamateiros dos demais Poderes: cada parlamentar equivale anualmente a um pouco mais de 20.000 salários mínimos, ou cerca de 1.570 trabalhadores assalariados. Multiplicando 1.570 pelos 594 membros do Poder Legislativo Federal, chegamos a um orçamento legislativo equivalente à folha de pagamento de 932.580 postos de trabalho assalariados.
Enquanto Brasília e Suas Excelências se locupletam à custa dos trilhões em tributos arrecadados da população em geral, a renda média de um trabalhador é de um pouco mais de 2 salários mínimos (R$ 2.447,00). Com o congelamento da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) desde 2015, chegamos a uma situação em que o trabalhador médio se vê obrigado a prestar contas ao Leão. Atualmente, somos mais de 30 milhões de contribuintes que devemos prestar contas de nossos rendimentos à Receita Federal. E tudo indica que essa conta tende a aumentar, já que nossos parlamentares e o Chefe do Poder Executivo Federal estão mais preocupados com reeleição e com a gasolina da moto do que recompor as perdas inflacionárias da população e corrigir a tabela do IRPF.
Em síntese, para garantir que algumas centenas de parlamentares, seus aspones e seus apoiadores tenham vida boa, o restante do país tem que fazer as contas, as compras e os impostos caberem no orçamento familiar.
Como vocês veem, o problema do Brasil não está na urna eletrônica ou somente no ICMS dos combustíveis, mas sobretudo no IRPF, no IPI, no PIS/COFINS e todos os demais tributos federais, estaduais e municipais que deixam de ir para serviços públicos de qualidade para custearem as mamatas de 594 deputados federais e senadores, além de um clã presidencial, 27 governadores, 5.570 prefeitos, centenas de deputados estaduais, milhares de vereadores e tantos outros membros do Poder Judiciário que se acham mais supremos que a própria Constituição Federal à qual devem respeitar. Pensem nisso e não permitam que mamateiros continuem mamando nos cofres públicos (que pertence a todos nós). Outubro de 2022 é logo ali!
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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