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Caso Dom Phillips e Bruno Pereira: a ponta de um iceberg chamado Amazônia Brasileira

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 13 de jun. de 2022
  • 2 min de leitura

Hoje pela manhã, diversos veículos de comunicação haviam informado que a esposa de Dom Phillips havia confirmado a localização do corpo do jornalista do The Guardian. A Polícia Federal não havia confirmado a informação até este momento, mas informou que localizou material biológico na região onde Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira haviam desaparecido e que esse material estava sob perícia.


Para quem não acompanhou o desaparecimento do jornalista britânico e do indigenista brasileiro nos últimos dias, cabe destacar a repercussão que o caso assumiu no cenário internacional, seja pelo desaparecimento de um jornalista estrangeiro que estava a trabalho na Amazônia Brasileira, seja pela importância do trabalho desenvolvido pelo indigenista brasileiro nessa região do Brasil. Porém, o desaparecimento de ambos os profissionais é só a ponta do iceberg que se tornou a Amazônia Brasileira nas discussões globais envolvendo meio ambiente e direitos humanos.


Nos últimos anos, a degradação do ecossistema amazônico ganhou destaque na mídia internacional por conta do menosprezo com que Jair Messias Bolsonaro trata a questão ambiental. Com iniciativas que envolvem desde o desmonte de órgãos ambientais até o avanço de medidas que facilitam o agronegócio e a mineração no Norte do Brasil, Jair Bolsonaro acabou catalisando a ocupação dessa região do Brasil por grupos que operam à margem da Lei e nas sombras do Estado. Um exemplo disso é o avanço do garimpo ilegal do ouro em direção à parte ocidental da Amazônia Brasileira, provocando a poluição de cursos d’água da região, o desmatamento e o comprometimento da segurança e bem-estar dos povos indígenas locais.


Sem o Estado Brasileiro operando a contento contra o garimpo ilegal e o desmatamento, um “Estado paralelo” vem se formando em partes da Amazônia Brasileira, com grupos armados agindo, muitas vezes, com violência contra os que se opõem à sua atuação nessas localidades. E as principais vítimas dessa atuação marginal são os povos indígenas que ocupam essas áreas, ONGs de defesa do meio ambiente e da causa indígena, ativistas ambientais e indigenistas, caso de Bruno Pereira. Quanto ao jornalista Dom Phillips, trata-se de mais um profissional de imprensa alvo de marginais que fazem da destruição do país um ótimo negócio, agravando a imagem de território hostil para jornalistas que o Brasil assumiu nos últimos anos.


Diante do exposto, ficam o lamento e a tristeza pelo ocorrido com Dom Phillips e Bruno Pereira, vítimas do descaso com que o governo brasileiro vem lidando com a proteção do meio ambiente e dos povos indígenas. Todavia, três perguntas ficam no ar acerca desse iceberg chamado Amazônia Brasileira, cujas respostas devem ser investigadas e esclarecidas pelas autoridades competentes, sem o qual o Brasil acabará assumindo o risco do retrocesso civilizatório nacional promovido pelos que operam no “Estado paralelo”:


1. Quem dá retaguarda político-jurídica para o garimpo ilegal e o desmatamento na Amazônia?

2. Como se dá a logística de distribuição dos minérios e da madeira extraída por organizações criminosas nessa região?

3. Como se dá a lavagem dos recursos acumulados por esses grupos?


Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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