Alguns "Es" que você precisa conhecer e aplicar na sua vida
- Pedro Papastawridis

- 27 de jul. de 2020
- 3 min de leitura
Para quem lida com temas ligados à Administração, ou que, pelo menos, tenham alguma relação com temas da ciência administrativa, é muito comum ouvir os termos "economicidade", "eficiência", "eficácia", "efetividade" e "equidade". Mas afinal, o que significam esses termos e como eles se relacionam com questões do nosso cotidiano?
Primeiramente, cabe definir os termos acima:
Economicidade → é a dimensão do desempenho relacionada diretamente com a minimização dos gastos de um determinado processo ou atividade.
Eficiência → é a relação entre produtos gerados pelo processo ou atividade e o custo dos insumos utilizados, num dado intervalo de tempo. De maneira simplificada, eficiência tem a ver com “fazer certo as coisas”, ou "fazê-las da maneira certa".
Eficácia → trata-se de uma dimensão do desempenho que mede o alcance das metas definidas e pactuadas no processo de planejamento. Em outras palavras, a eficácia está relacionada com “fazer a coisa certa”.
Efetividade → relaciona-se com os efeitos produzidos por um determinado processo no contexto em que ele atua. A efetividade mede o impacto real do processo em face do impacto previsto/planejado.
Equidade → dimensão do desempenho ligada à capacidade de produção de “justiça social” do processo ou atividade. Nesse contexto, entenda-se a justiça social a partir do princípio segundo o qual todos os indivíduos de uma sociedade têm direitos e obrigações iguais em todos os aspectos da vida social.
Para entender como os termos supracitados possuem conexão com o nosso dia a dia, pensemos na gestão de um sistema público de saúde, tema essencial para a vida de uma sociedade e de seus cidadãos.
Quando um gestor público compra algo de que o sistema de saúde não necessita ou que é necessário, porém está com sobrepreço, dizemos que faltou economicidade nesse processo de compras. Ressalte-se que a economicidade é um dos princípios que devem nortear a fiscalização dos gastos públicos por órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU).
Por sua vez, quando esse mesmo gestor público utiliza um determinado recurso (material, financeiro, humano, etc.) e produz resultados aquém do esperado, ou utiliza muitos recursos para alcançar um resultado esperado, dizemos que esse gestor foi ineficiente, pois ele fez menos ou a mesma coisa com mais esforço empregado. E esse esforço empregado além do devido, infelizmente, recai sobre os ombros da sociedade sob a forma de mais tributos a pagar.
No tocante aos resultados esperados da ação de um gestor público, se este não entrega ou não cumpre com o que foi definido por meio de objetivos e metas durante o processo de planejamento do sistema de saúde, dizemos que faltou eficácia nas ações desse gestor. E ineficácia da gestão de um sistema público de saúde resulta em menos serviços, ou nos mesmos serviços, porém de pior qualidade.
Quanto à questão da efetividade, a sua ausência num sistema público de saúde resulta em descontrole sobre a propagação e tratamento de epidemias, no aumento da letalidade de doenças e no aumento da incidência de sequelas e da gravidade destas na população que foi acometida por uma determinada enfermidade.
Por fim, quando falamos em equidade num sistema público de saúde, falamos num conjunto de políticas e ações que promovam bem-estar para todos, independentemente de raça, gênero, orientação sexual ou condição econômica. Se esse sistema custeado por toda a sociedade com os tributos pagos nos diversos momentos da vida social (produção, consumo, etc.) começa a apresentar distorções na prestação de seus serviços, levando uma parte da população a buscar um nível adequado de serviços de saúde num ente privado (planos de saúde, clínicas, consultórios, etc.), enquanto a outra parte fica desassistida, então dizemos que falta equidade ao sistema. E nenhum país se desenvolve em bases sustentáveis se somente uma parte de seu povo tem acesso ao mínimo existencial (saúde, educação e segurança), enquanto o restante da sociedade "paga e não leva".
Eis uma breve explicação sobre os "5 Es" que ouvimos todos os dias no mundo da Administração e que devem fazer parte do nosso dia a dia. Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





Comentários