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A classe política precisa de pressão popular para discutir e aprovar o óbvio?

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 9 de dez. de 2020
  • 3 min de leitura

Todo o poder emana do povo e a este deve servir. E não é o Blog do Papa quem diz, e sim a Constituição Federal de 1988. Em vista disso, o brasileiro escolhe seus representantes para que estes sirvam àquele, e não o contrário.


Na teoria, o Estado Democrático de Direito brasileiro é simples assim. Na prática, a teoria vem se mostrando outra. Quando o povo precisa que a classe política se mobilize em proveito do coletivo, os políticos transformam a vontade popular em algo a ser burocratizado e/ou barganhado. Vemos exemplos desse comportamento em todos os níveis (federal, estadual/distrital e municipal) e em diversos momentos. E o caso mais recente vemos na questão da vacinação contra a Covid-19.


Com o avanço dos estudos e das pesquisas na busca de vacinas contra o coronavírus, alguns laboratórios já conseguiram desenvolver imunizantes com grau de eficácia superior a 50%, percentual considerado aceitável pela OMS para uma vacina ser considerada promissora. É o caso das vacinas da Pfizer/BioNTech (com 95% de eficácia), da Moderna (94,5% de eficácia) e da Oxford/AstraZeneca (com eficácia em torno de 70%). Com isso, o novo desafio para o enfrentamento da Covid-19 passa a ser o de garantir as condições logísticas adequadas para produzir, distribuir e tornar disponível para o mundo todo essas vacinas, já que algumas delas requerem condições especiais de acondicionamento e transporte.


Contudo, quando analisamos o exposto acima e contextualizamos com a realidade brasileira, ainda temos que considerar a politização das ações de enfrentamento da pandemia, o que vem agravando o estrago causado pela doença em nosso país. Com quase 180.000 mortos, quase 7.000.000 milhões de contagiados pela doença e com uma economia estagnada e sob forte pressão da inflação e do desemprego, a Covid-19 encontra terreno fértil no negacionismo e no obscurantismo de Jair Bolsonaro e seus lacaios e na letargia das demais forças políticas deste país. Diante disso, milhões de brasileiros vêm recorrendo à fé e à sorte para batalharem o pão de cada dia sem que a Covid pegue de jeito.


Enquanto esse estado de coisas predomina no Brasil, países como Inglaterra, Rússia e México dão início a suas campanhas de vacinação contra a doença. Afinal de contas, prevenir é melhor, mais barato e mais seguro que internar e remediar depois. E esse descasamento temporal na vacinação contra o coronavírus pelo mundo afora vai produzindo externalidades que se refletirão muito em breve na dinâmica global do fluxo de capitais, bem como no isolamento internacional de países que forem ficando para trás na vacinação contra o coronavírus. E esse é o caso do Brasil, que já lida com uma política de relações exteriores desastrosa conduzida por Ernesto Araújo, com o desmantelamento de políticas ambientais pelas mãos de Ricardo Salles e com o viés ideológico do Clã Bolsonaro no trato com parceiros estratégicos como China, União Europeia, Argentina e Estados Unidos.


Diante do exposto, e considerando que a vacinação em massa é a única solução para o retorno à normalidade no Brasil e pelo mundo afora, ficam as seguintes reflexões:


1. A classe política aguarda alguma pressão popular para discutir e aprovar o óbvio, nesse caso, uma campanha de vacinação contra a Covid-19 com a máxima urgência possível?

2. Caso a resposta para a reflexão acima seja “sim”, por que a classe política precisa de pressão popular para discutir e aprovar o óbvio?

3. Por que o povo brasileiro vem agindo de maneira tão acomodada em relação a questões tão essenciais para o retorno à normalidade, ao progresso pessoal e ao desenvolvimento social, tal é o caso da vacinação contra a Covid-19?


Cidadania não se terceiriza, caros leitores! Ou o povo esquece um pouco a praia, o bar, a balada, a academia e o discurso vazio de influencers e passa a peitar a classe política para essa vacina estar disponível prontamente para todos, ou o Brasil vai para o ralo, enquanto os políticos tomam café e curtem a vida com os nossos impostos. Não se esqueçam: todo o poder emana do povo e a este deve servir. Sempre!


Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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