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1 ano de guerra da Rússia contra a Ucrânia: quem ganha e quem perde com isso?

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 27 de fev. de 2023
  • 3 min de leitura

No último dia 24 de fevereiro, completou 1 ano da invasão russa ao território ucraniano, fruto de um projeto de retomada de controle total sobre ex-repúblicas soviéticas que Vladimir Putin tenta implementar desde que assumiu o governo na Rússia.


Nesse período, muita coisa aconteceu em solo ucraniano e nos bastidores da diplomacia geopolítica mundial: os russos avançaram do leste e do norte da Ucrânia em direção a Kiev; Europa, Canadá e Estados Unidos passaram a apoiar a Ucrânia na retomada de seus territórios com recursos financeiros, armamentos e treinamento militar; Kiev recuperou grande parte dos territórios ocupados e, atualmente, trava batalhas decisivas na parte oriental de seu território nacional; e o mundo, após décadas do término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), viu um novo projeto totalitário causando inúmeras mortes e ameaçando não só a soberania de uma nação, mas a própria existência de um povo.


Pelo lado da diplomacia, as principais lideranças globais tentam negociar o fim desse conflito militar. De um lado, dezenas de nações que condenam a invasão russa e pedem o fim da incursão militar de Putin; do outro, alguns poucos países que apoiam abertamente a empreitada militar de Moscou; e no meio desse tabuleiro geopolítico, países como China, Índia e Brasil tentando posar de neutros.


No caso de China e Índia, a neutralidade possui um misto de "pragmatismo" econômico e militar. Ao mesmo tempo que ambos os países compram commodities russas embargadas pela Europa e Estados Unidos a preços reduzidos, China vê na Rússia um ótimo “campo de prova” para seus equipamentos militares, enquanto Índia vê na neutralidade uma oportunidade de adquirir tecnologia militar russa em condições que a coloque numa posição de liderança militar similar à de Moscou e Pequim no tabuleiro geopolítico global.


Quanto ao Brasil, a posição de neutralidade no conflito começou com o interesse de Jair Bolsonaro em agradar um agro interessado tão somente em fertilizantes russos. Por conta disso, Bolsonaro, a exemplo do que fez com os brasileiros vítimas da Covid-19, desprezou as milhares de mortes de civis provocadas pelos soldados russos em território ucraniano. Agora, tal posição de “neutralidade” foi adotada por Lula, que vem se recusando a fornecer material bélico a países da OTAN, sob a alegação de que busca negociar a paz. Contudo, Lula vem se esquivando de criticar a carnificina de Putin na Ucrânia, o que evidencia que o ímpeto do atual presidente brasileiro em criticar governantes carniceiros começou e terminou em Jair Messias durante a pandemia de Covid-19, pois isso é interessante ao petista do ponto de vista estritamente eleitoral.


Se Lula terá êxito num acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, isso é pouco provável, principalmente porque Rússia não aceita ceder em seu projeto expansionista, tampouco a Ucrânia aceitará assinar um acordo sem a retomada de seus territórios invadidos dede 2014 e sem uma reparação material dos prejuízos causados por Moscou a Kiev. Ademais, União Europeia e a própria Organização das Nações Unidas já tentam há meses, sem êxito, uma solução para esse conflito, o que exigirá de Lula mais que retórica de bar para avançar com quaisquer negociações de paz nesse âmbito.


Enquanto isso, as incertezas pairam sobre a economia global, em parte por conta da retomada lenta do crescimento após a pandemia de Covid-19, em parte pelo próprio risco existencial que uma escalada militar russa pode provocar em cadeias globais de valor que operam no Leste Europeu e em relação às próprias sociedades dessa parte do mundo. E não existe empreitada militar prolongada que beneficie a nenhuma das partes afetadas. Somente os coiotes é que se locupletam e se enriquecem com a destruição de povos e partes do planeta.


Um forte abraço a todos e fiquem com Deus! E o Blog do Papa reitera o apoio e as orações ao povo ucraniano, pois apoiar Putin ou “permanecer neutro” em relação à carnificina russa representa tão somente a vitória do caos e do vazio moral.

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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