Vazamentos de CPFs e CNPJs expõem a fragilidade do Brasil em proteger os dados de seus cidadãos
- Pedro Papastawridis

- 25 de jan. de 2021
- 2 min de leitura
Um conjunto de reportagens do portal Tecnoblog revela o vazamento na Internet de mais de 220 milhões de CPFs e 40 milhões de CNPJs durante o ano de 2019. A suposta origem desses vazamentos seriam as bases de dados do Serasa Experian, empresa especializada em análises e informações para decisões de crédito e apoio a negócios. Entretanto, a empresa nega que seja a fonte de vazamento desses dados.
No caso dos CPFs, o Tecnoblog identificou dois vazamentos distintos: o primeiro, inclui somente nome completo, CPF, data de nascimento e gênero, estando esses dados disponíveis para download gratuito num fórum conhecido por divulgar esse tipo de informação; o segundo vazamento traz informações dos mesmos CPFs, porém estando disponível somente a prévia desses dados, enquanto os demais estão à venda.
No tocante aos CNPJs, o mesmo Tecnoblog identificou na Internet um arquivo com mais de 40 milhões de CNPJs, contendo o nome fantasia e a razão social das pessoas jurídicas. Ainda segundo o portal de notícias tecnológicas, isso seria a prévia de outra base ainda maior, que possui dados como score de crédito, dívidas, lista de sócios, dentre outros.
Considerando que informação é poder e que a informação certa nas mãos das pessoas erradas é um vendaval, casos de vazamento em massa de dados da população brasileira precisam ser apurados e punidos com o devido rigor por órgãos como a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, instituída pela Lei nº 13.709/2018 (LGPD), a Polícia Federal e o Ministério Público da União. E isso se deve ao risco de esses dados estarem subsidiando operações de grupos e organizações criminosas, seja pelo cometimento de crimes ao sistema financeiro nacional, seja pela prática de crimes de outras naturezas (tráfico de drogas e armas, estelionato, etc.).
Diante do exposto, já passou da hora de o Brasil deixar de olhar para a segurança da informação somente como uma responsabilidade de pessoas e empresas e tratá-la como um dos deveres do Estado brasileiro. Sem isso, não haverá ambiente seguro para o desenvolvimento de negócios sustentáveis em nosso país. E sem segurança para negócios, o dinheiro não vem e só tende a sair do Brasil.
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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