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Mercado de robótica e um Brasil que pode dar certo

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 22 de abr. de 2024
  • 3 min de leitura

Num país cujo papel transformador da educação vem sendo deixado de lado pela classe política em prol do assistencialismo e da desídia coletiva, ainda temos motivos para nos orgulhar do que o Brasil tem de melhor: o potencial de seu próprio povo. E a boa notícia vem do campo da robótica.


No último sábado (20/04/2024), a delegação brasileira conquistou nove prêmios no campeonato mundial de robótica promovido pela ONG For Inspiration and Recognition of Science and Technology (First), dentre os quais o de melhor projeto da competição.


Esse evento, realizado entre os dias 17 e 20 de abril em Houston, nos Estados Unidos, reuniu crianças e adolescentes de mais de 50 países, incluindo o Brasil. O grande destaque da nossa delegação composta por 144 estudantes das redes pública e privada de ensino de 10 estados foi a equipe “Los Atômicos”, da Escola SESI de Araras (SP), 1º lugar “Champion´s Award”.


Se existe uma frustração que este que lhes escreve teve ao longo da vida foi a de não cursar o ensino técnico antes de ingressar na faculdade. Nesse nível de ensino, que funciona como porta de entrada para o mercado de trabalho qualificado e ajuda a orientar a vocação profissional de muitos, o Brasil é referência em setores como agronegócio, metal/mecânico e mecatrônica. O Sistema S de Ensino (SENAI/SENAC/SENAT/SENAR), por exemplo, promove competições estudantis Brasil afora em que estudantes põem em prática o que aprendem em sala de aula. Não por acaso, alunos de uma dessas instituições foram os grandes destaques da competição de robótica organizada pela ONG First.


E o que vem a ser a robótica? Qual é a importância dessa área de conhecimento nos dias atuais?


A robótica é composta por dispositivos e equipamentos programáveis capazes de operarem com alguma autonomia no ambiente em que atuam, abrangendo os mais variados setores da nossa economia. Exemplos de aplicações da robótica vemos, por exemplo, na indústria automobilística, na logística e na saúde.


Segundo estimativas da Statista apud Bernardo Vianna (Insper), a indústria mundial de robótica movimentou cifras próximas dos 37 bilhões de dólares em 2023, com expectativa de crescimento médio anual de 3,8 % para os próximos 5 anos. Se combinarmos o potencial econômico dessa indústria com o de setores altamente aderentes a ela, caso das inteligências artificial (IA) e cognitiva (IC), o mundo pode se ver diante de um segmento capaz de superar no médio prazo o PIB de países como Grécia e Portugal.


E o que restará do ser humano após essa revolução que faz remeter aos contos de ficção científica de Isaac Asimov e suas "Três Leis da Robótica"?


Grandes saberes demandam grandes responsabilidades. Logo, cabe à humanidade decidir como quer se inserir nessa revolução econômica alicerçada na robótica, na IA e na IC, se impulsionando a prosperidade global, ou fomentando conflitos e guerras dos mais variados tipos mediante o emprego dessas tecnologias. Na Coreia do Sul e em Singapura, por exemplo, existe quase 1 robô para cada 10 trabalhadores, ajudando a impulsionar as indústrias coreanas e os mercados de serviços financeiros e logísticos singapurenses.


Diante do exposto, fica nítido o potencial da robótica para o progresso econômico do mundo, otimizando cadeias de valor e gerando renda e prosperidade material para os profissionais que lidam com a referida área do conhecimento. E o Brasil pode se beneficiar disso, visto que possui excelentes cursos técnicos e graduações tecnológicas. Basta saber utilizar isso como alavanca para o desenvolvimento nacional e reter os talentos que emergem desses cursos, a começar pelos 144 estudantes que bem representaram e nos orgulharam no Campeonato Mundial de Robótica.


Um forte abraço a todos, parabéns ao poder transformador da educação de qualidade e fiquem com Deus!






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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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