Um país que banaliza a morte dos seus não passa de um amontoado de pessoas
- Pedro Papastawridis

- 11 de jul. de 2022
- 2 min de leitura
Em setembro de 2018, quando Jair Messias Bolsonaro foi esfaqueado durante um corpo a corpo eleitoral em Juiz de Fora/MG, este que lhes escreve foi um dos que mais repudiaram tal atentado contra um candidato à Presidência da República. E não só pela violência do ato em si, mas pelo risco que atitudes violentas como essas representam à democracia brasileira.
Apesar desse ocorrido há quase 4 anos, a democracia brasileira parece não ter aprendido com seus próprios erros...
Durante a semana passada, quatro episódios que envolveram ódio por discordâncias políticas ganharam as páginas de jornais de todo o país:
1. Ataque a carro de juiz que mandou prender Milton Ribeiro, ex-Ministro da Educação do governo Bolsonaro;
3. Explosão de bomba caseira próxima ao palanque de Lula, na Cinelândia (Centro do Rio de Janeiro/RJ); e
4. Invasão da festa de aniversário de um guarda municipal simpatizante do PT e execução deste por bolsonarista, em Foz do Iguaçu/PR.
Dos quatro casos acima, o mais grave foi o do guarda municipal, que veio a óbito após receber tiros disparados pelo agente penitenciário federal Jorge Guaranho, que se apresenta nas redes sociais como “conservador, cristão, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e a favor do armamentismo”.
Obviamente, Jair Bolsonaro logo tratou de fazer o que sabe de melhor desde que ingressou na política: eximir-se de quaisquer responsabilidades que, porventura, seu culto ao ódio contra o petismo e o comunismo esteja provocando em sua militância. Além dele, outros políticos da base alugada governista trataram de relativizar a execução promovida contra o guarda paranaense, classificando-a como “mais uma briga de trânsito ou de final de semana”.
Não é de hoje que o Clã Bolsonaro e seus lacaios banalizam a morte de cidadãos brasileiros, como se o povo só se resumisse a votar, dar o dízimo e pagar os tributos que mantêm as mamatas do clã desde 1990. Além das mais de 600.000 mortes de brasileiros por Covid-19, Jair, seu clã e sua militância bovina vêm lidando com as divergências políticas contra seu projeto de poder de maneira similar à forma como narcomilicianos fluminenses lidam com adversários: na base do ódio e do menosprezo pela vida alheia. Falam da esquerda e das estratégias de guerrilha política desta, mas agem da mesma forma, num verdadeiro fogo cruzado ideológico em que o brasileiro comum é a principal vítima.
Um país que banaliza a morte dos seus não passa de um amontoado de pessoas. Portanto, povo brasileiro, é hora de dar um basta a essa escalada de violência que vem tomando conta do processo eleitoral, pois não há democracia que se edifique na base da violência. Para tanto, a sociedade organizada e civilizadamente deve pressionar o Poder Público para mapear, interceptar, julgar e punir pessoas e grupos que atentam contra a paz e a ordem do processo eleitoral e do Estado Democrático de Direito. E tem que ser logo, sem o qual o país tende a seguir os rumos de um Haiti ou de um Sri Lanka! Quem não escuta cuidado, escuta coitado!
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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