Quando o poste mija no cão, é a sociedade quem perde o próprio chão!
- Pedro Papastawridis
- 29 de set. de 2021
- 2 min de leitura
Viver em sociedade envolve direitos e deveres. Em vista disso, não basta alguém bater no peito e dizer que tem direitos. Também é preciso assumir seus deveres sem desculpas e sem vitimismos. E isso envolve ser cidadão e agir como tal.
Nos últimos anos, temos visto a corrupção de agentes públicos e de estruturas custeadas com o dinheiro do povo corroerem serviços de interesse coletivo e, por conseguinte, o bem-estar geral da sociedade brasileira. Estamos falando de escolas sucateadas, serviços de atenção à saúde do SUS com recursos aquém do necessário para atender a população, transportes coletivos precários e cada vez mais escassos, além de ruas e praças sem a devida zeladoria, sendo o Estado do Rio de Janeiro o caso mais notório dessa sucessão de eventos.
Contudo, o que tem ganhado o destaque nos últimos meses no noticiário local de algumas regiões do país são os constantes furtos ao patrimônio coletivo e ações de vandalismo promovidas por quadrilhas que fazem do desmanche do Estado brasileiro um ótimo negócio. Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, por exemplo, tornou-se rotina para o trabalhador fluminense acordar, tomar um café, ir para o ponto do ônibus e se deparar com fios caídos nas calçadas atrapalhando a circulação ou com alguém alojado no próprio ponto de ônibus; ou seguir para a estação de trem e se deparar com a suspensão dos serviços por conta de vandalismos e/ou furtos de fios, cabos e materiais dos trilhos.
É notório que a impunidade dos crimes de colarinho branco vem se tornando uma marca do sistema penal brasileiro. E isso vem repercutindo não só na sensação entre a população de que o “crime compensa para alguns”, mas sobretudo entre os marginais de menor envergadura político-econômica, que passam a agir cada vez mais perigosamente e criminosamente.
Portanto, o que vemos nas ruas de grandes cidades por todo o Brasil é uma consequência da ausência de punição adequada a bandidos nos diversos níveis de atuação da estrutura social. E quem paga a conta da falta de punição exemplar a maus exemplos é o cidadão trabalhador, seja por meio de mais tributos a pagar para o Estado em troca de menos serviços públicos adequados, seja por meio de bens e serviços privados cada vez mais caros, devido ao custo da insegurança cada vez mais presente no custo Brasil.
Diante do exposto, a sociedade que trabalha, estuda e não fica protegendo e apoiando bandidos precisa cessar o silêncio dos bons e calar o grito dos maus. Pois é isso que significa ser cidadão e agir como tal. Não basta reclamar da alta dos preços, da precarização dos serviços públicos, da omissão de autoridades em agir e da ação de marginais nas ruas e em alguns gabinetes. É preciso pressionar, exigir do Poder Público que saia da letargia e aja com a devida economicidade, eficiência, eficácia e efetividade, fazendo mais e melhor com menos recursos do povo, combatendo e punindo marginais e fazendo a Lei valer para todos em todos os níveis.
Com os bons fazendo barulho, o cão continuará mijando no poste. Com os bons se calando, é o poste que mija no cão e a sociedade quem fica sem chão. Refleti e atentai, Brasil!
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!
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