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Povo na rua só vale quando é com o PT?

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 6 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

Crise sanitária, cenário de estagflação, desemprego em alta, crime organizado em expansão em diversas partes do país, desmatamento e queimadas na Amazônia e apagão de investimentos em infraestrutura. Se você pensou na época em que Dilma Rousseff foi alvo de um processo de impeachment, repense! Estamos falando do atual estado de coisas do Brasil de Bolsonaro, Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre, Centrão et caterva. A diferença desse estado de coisas em relação aos anos de 2015 e 2016 está na ausência de povo nas ruas para protestar contra tudo isso que está aí.

Enquanto a mídia e o mundo se voltam para as eleições dos Estados Unidos, o número de mortes pela Covid-19 só aumenta em nosso país. No momento, o coronavírus já matou mais brasileiros que o número de assassinatos ocorridos no Brasil nos últimos três anos. No entanto, não vemos manifestações populares cobrando do Poder Público mais saúde e menos Covid-19.

Outro fato que levou a população às ruas em 2015 e 2016 e que vem ganhando força nos últimos meses é a estagflação (estagnação econômica + inflação). Quem não vive de rachadinhas e depende do próprio trabalho para sobreviver, sabe o quanto a vida ficou mais difícil e o custo de vida aumentou. Basta uma passada no mercado, que veremos a alta no preço do feijão, do arroz, do óleo de soja, do frango e dos cortes bovinos. Porém, não vemos quaisquer esforços de Brasília no sentido de estudar a cadeia de valor desses itens e identificar os pontos dessa cadeia em que a alta de custos impacta mais, para tentar reverter essa tendência e permitir que o povo continue tendo condições de comer feijão com arroz e bife. Talvez seja assim porque Bolsonaro, Maia e Alcolumbre não vão ao mercado fazer compras, tampouco sabem (nem querem saber) como a estagflação impacta no bolso e na mesa das famílias.

Enquanto as forças políticas de Brasília dão de ombros para a Covid-19 e a economia no resto do Brasil, o crime organizado se aparelha e ocupa gradativamente espaços deixados pela economia e o poder formais. Quem mora no Rio de Janeiro, sente na pele as consequências do avanço das narcomilícias sobre os territórios fluminenses e tem que conviver com os negócios desses grupos em atividades como: venda de drogas, caça-níqueis, transporte alternativo, venda de gás, água, farmácias, “gatonet” e extorsão de dinheiro de comerciantes e moradores dos territórios dominados por essas facções. A questão que fica é: quem dá proteção física, financeira e/ou política a essas organizações criminosas?

O salseiro ganha conta dos grandes centro urbanos e o fogaréu avança sobre a Amazônia. Com o avanço de atividades irregulares de garimpo e extrativismo vegetal e a expansão de empreendimentos imobiliários e agropecuários em direção ao norte do país, a Amazônia é quem paga a conta. Somado a isso, vemos o esvaziamento de políticas públicas e órgãos de proteção ambiental na esfera federal, o que tem servido de combustível para a queima de um ecossistema crucial para o equilíbrio térmico e hídrico da América do Sul. Resultado: o Brasil perde cobertura vegetal e parcerias comerciais com países da União Europeia e corre o risco de perder negócios com empresas e investidores de outros países comprometidos com a causa ambiental.

Por fim, não podemos esquecer do apagão de investimentos em infraestrutura, que afeta a circulação de bens e serviços pelo país, onera o custo Brasil e compromete a segurança energética tupiniquim. A consequência mais recente desse apagão de investimentos num setor-chave para o desenvolvimento de qualquer nação vemos no Amapá. Desde o dia 03/11/2020, esse estado da Região Norte sofre a falta de energia elétrica, o que também repercute no fornecimento de água potável e no funcionamento de serviços essenciais à população amapaense. Enquanto isso, Jair Messias lava as mãos e passeia pelo Brasil afora à custa do erário, reafirmando sua falta de caráter e liderança para conduzir o país ao desenvolvimento em bases sustentáveis.

Diante do exposto, fica a seguinte reflexão, já que as mesmas condições socioeconômicas que justificaram o impeachment de Dilma estão postas: povo na rua só vale quando é com o PT?

Um forte abraço a todos e fiquem com Deus! E não deixem de ler o livro “República das Banânias”, disponível na Amazon.

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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