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O uso de espaços compartilhados na Administração Pública e seus benefícios

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 29 de set. de 2020
  • 3 min de leitura

Em tempos de Covid-19 e com a digitalização gradual das cadeias de valor pelo mundo afora, discutir formas de enxugar o tamanho da máquina pública também é uma ótima estratégia para reduzir o custo Brasil e dinamizar a economia nacional. Afinal de contas, quem gosta de pagar tributos para, por exemplo, bancar manutenção de repartições, café, água, apoio administrativo e assessores para servidores públicos que, em função da atual pandemia, estão trabalhando de casa; ou custear o pagamento de pessoal para atender telefone e cuidar de livros, processos e togas para magistrados?

Uma das soluções para enxugar o aparelho estatal seria cortar pela raiz a cultura do “Doutor” na Administração Pública. Chega de aspones, café quentinho, ou água geladinha para agentes públicos dos Três Poderes! Quem quiser, que organize e faça o seu próprio trabalho e prepare o seu próprio café. Porém, é preciso mais que vontade política para isso acontecer. É preciso o povo na rua cobrando do Presidente Jair Bolsonaro, de governadores, prefeitos, senadores, deputados, vereadores e membros do Poder Judiciário o fim dessas regalias em proveito próprio e em detrimento do coletivo. Enquanto isso não acontece, o uso de espaços compartilhados por órgãos e entidades públicos é uma estratégia a ser adotada para reduzir gastos da máquina pública.

Para quem vive no Estado do Rio de Janeiro, já deve ter ouvido falar no Rio Poupa Tempo. Trata-se de um conjunto de serviços prestados por órgãos públicos variados num mesmo espaço: Detran, Defensoria Pública, Procon, etc. Com isso, não só é possível obter sinergias de custos pelo uso compartilhado de um mesmo espaço, mas também a integração de processos de trabalho entre instituições distintas, como, por exemplo, as atividades de um Procon e de uma Defensoria Pública que busquem assegurar os direitos de um consumidor.

A ideia por trás do compartilhamento de espaços é a de que o uso conjunto possibilita a ocupação plena de algo antes subocupado por uma única instituição, ajudando a diluir os custos fixos entre instituições distintas, o que resulta em menores custos unitários dos serviços prestados. Somado a isso, a integração pela proximidade física de órgãos públicos distintos também facilita a vida do cidadão, na medida em que este não precisa se deslocar de um lado para o outro em busca da resolução de um problema que poderia ser resolvido num lugar só. E isso produz externalidades positivas não só no bem-estar do cidadão que demanda o Poder Público, mas também na mobilidade dentro das cidades.

Por fim, o compartilhamento de espaços na Administração Pública facilita o próprio processo de digitalização dos serviços públicos, uma vez que inúmeros processos de trabalhos que envolvem atendimento ao público podem migrar para a Internet ou para terminais de autoatendimento dentro de espaços multiuso, enquanto o agente público se volta para questões mais complexas de interesse dos cidadãos atuando de maneira remota, ou pela presença na repartição somente quando fosse preciso uma audiência presencial. Dessa forma, o dinheiro público acaba sendo destinado ao que realmente importa: atender com eficiência, eficácia e efetividade o cidadão, e não para servir o servidor.

Essa foi uma síntese do potencial que o uso de espaços compartilhados pode proporcionar em termos de tempo, custo e qualidade para a Administração Pública. Agora, esperamos que as melhores práticas em termos de gestão e tecnologia se somem à vontade política na busca da garantia do interesse público.

Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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