O uso da tecnologia para identificação e resolução de problemas urbanos
- Pedro Papastawridis
- 2 de out. de 2020
- 2 min de leitura
Com a chegada das eleições municipais, diversos temas de interesse dos cidadãos começam a ser debatidos com mais intensidade por candidatos, partidos políticos e grupos de interesse. Em alguns casos, veículos de comunicação e redes sociais também auxiliam no mapeamento das demandas municipais, interagindo com eleitores e levantando as necessidades sociais que se converterão em pautas de discussões com candidatos a prefeitos e vereadores.
Contudo, uma eleição municipal ocorre de quatro em quatro anos, ao passo que as demandas da população são permanentes. Estamos falando de ruas esburacadas, postes sem iluminação adequada, falta de câmeras de monitoramento em logradouros considerados críticos do ponto de vista de trânsito e segurança pública, carência de professores e creches e ausência de médicos e dentistas em diversos bairros de diversas cidades no país. E isso só se resolve com vontade política e controle social.
Gerenciar o funcionamento de uma cidade não é tarefa fácil. Mas administrar é preciso. E a tecnologia pode ajudar nessa tarefa, por meio do emprego de ferramentas que facilitem o trabalho de todas as partes envolvidas com a municipalidade.
Para auxiliar no mapeamento e na resolução de problemas nas cidades, o uso de aplicativos com georreferenciamento podem ser de grande valia. Tal como uma central de serviços, essas aplicações podem ajudar cidadãos, grupos de interesse e agentes públicos a identificarem problemas e pontos de melhoria em questões como zeladoria municipal, trânsito, educação, saúde, segurança e políticas de inclusão social. Para isso, o município pode contratar os serviços de uma plataforma que seja capaz de processar as demandas, encaminhar para os setores competentes e gerar relatórios gerenciais; ou desenvolver sua própria aplicação, de maneira independente ou em parceria com empresas e instituições de ensino e pesquisa.
Um exemplo de iniciativa bem interessante que foi desenvolvida nesse âmbito é a Cidadera, aplicativo feito em parceria por estudantes e ex-alunos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade de São Paulo (USP) em 2013. Na época em que essa plataforma foi criada, a ideia era permitir que qualquer pessoa apontasse problemas como buracos nas ruas, entulho e falta de iluminação. O aplicativo foi desenvolvido para funcionar em smartphones com sistemas IOS e Android e ainda de forma online por meio de um site. Em vista disso, é possível conciliar o interesse público com o conhecimento produzido no meio acadêmico e aplicar o conceito por trás de plataformas como a Cidadera em modelos de aplicações customizáveis para cada município do Brasil. Basta as prefeituras quererem e transformarem o empoderamento do controle social uma política de Estado.
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!
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