Num mundo cada vez mais digital, as criptomoedas buscam o caminho do ouro
- Pedro Papastawridis

- 8 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Nas últimas semanas, o noticiário financeiro deu destaque à escalada de preços do Bitcoin, consequência direta da adesão crescente dessa criptomoeda em transações comerciais e por investidores de peso como Elon Musk e do presidente do fundo IBC Group, Khurram Shroff.
Para se ter uma ideia da relevância econômica que essa moeda assumiu, sua cotação subiu mais de 10.000% nos últimos 5 anos, chegando a um valor de mercado superior a US$ 1 trilhão. Mais um pouco, e esse criptoativo superará o tamanho da economia brasileira, se confirmadas as projeções de analistas de mercado acerca da chegada da cotação do Bitcoin à casa dos US$ 100.000,00 ainda neste ano. No momento em que este texto é redigido, a criptomoeda em questão oscila em torno de US$ 51.000,00.
E o que é uma criptomoeda?
Pois bem. Há muitas explicações e definições sobre o que significa uma criptomoeda, tendo por referência os principais criptoativos em capitalização e valor de mercado (Bitcoin, Ethereum, Litecoin e Ripple). Porém, qualquer explicação acaba convergindo para o fato de que uma criptomoeda é um “dinheiro digital”, em que se utiliza a criptografia para controlar a emissão e as transações realizadas, dispensando a necessidade da existência de uma autoridade central, como ocorre com as moedas dos países (Real, Dólar, Libra, etc.).
Por funcionar como dinheiro, a criptomoeda possui reserva de valor e serve como meio de troca. O próprio Bitcoin é um exemplo disso, sendo utilizado como forma de pagamento em diversos estabelecimentos comerciais espalhados pelo mundo. Considerado um dos principais entusiastas dos criptoativos, Elon Musk já sinalizou que pretende aceitar Bitcoin num futuro próximo em transações envolvendo compra e venda de veículos de sua empresa, a Tesla. E esse movimento se soma ao de grandes instituições financeiras e governos que já estudam o desenvolvimento e adoção de criptomoedas.
Mas o que permite que as criptomoedas ocupem o espaço das moedas convencionais e caminhem para ser o “ouro digital”?
O que ajuda a entender a crescente percepção de valor das criptomoedas é a tecnologia que permeia esses ativos digitais: a blockchain, que nada mais é do que um livro de razão pública (livro contábil) que registra transações de moedas virtuais, assegurando que esses registros sejam confiáveis e imutáveis. A blockchain possibilita o registro de informações como as quantias de criptomoedas transacionadas, quem enviou, quem recebeu, quando a transação ocorreu e em qual lugar do livro razão a transação foi registrada.
Diante disso e do número de criptoativos que surgem a cada dia, do interesse crescente de empresas, investidores, órgãos reguladores e países em lidar com criptomoedas e da digitalização da economia global, é bem provável que o valor total de mercado das criptomoedas supere o do ouro na próxima década, estando este avaliado em quase US$ 10 trilhões. Só o Bitcoin já vale 10% do mercado de ouro. E a tendência é esse percentual aumentar de maneira consistente a curto e médio prazos, ceteris paribus. Até a corrida do ouro dar lugar à corrida das criptomoedas.
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





Comentários