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Legado olímpico 2.0: chegou o momento de pensar o Rio de Janeiro dos próximos 30 anos

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 11 de fev. de 2021
  • 3 min de leitura

Quando o Rio de Janeiro foi escolhido como sede da final da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, houve muita euforia acerca dos benefícios que a capital fluminense teria sob a forma de negócios, empregos e investimentos. Porém, já se passaram cinco anos dos Jogos Olímpicos e o cenário da segunda maior economia municipal do país se mostra bem aquém do que se esperava: ruas cheias de pessoas em situação de extrema pobreza, milhares de lojas fechadas e muitos projetos concebidos durante os “anos dourados” da Copa e das Olimpíadas descontinuados.


Entretanto, navegar é preciso. E pensar o Rio de Janeiro a longo prazo também. Ou melhor, pelo menos para os próximos 30 anos, a fim de que a dinâmica econômica e social da cidade não fique à mercê de um projeto político de momento.


Para começar, é preciso retomar projetos e parcerias com a iniciativa privada para atrair investimentos em mobilidade urbana e revitalização da Zona Portuária carioca, região considerada de alto valor histórico-cultural e com grande potencial econômico. Somado a isso, é preciso estimular a economia verde e o desenvolvimento de um polo tecnológico no Centro do Rio de Janeiro, tal como ocorre em cidades como Lisboa (Portugal), Dublin (Irlanda) e Bogotá (Colômbia).


No caso da mobilidade urbana, projetos como o metrô de superfície ligando o Aeroporto do Galeão à estação Estácio, no Centro do Rio, e o uso de uma parte da Linha Amarela para construir um corredor expresso de ônibus ou uma nova linha de metrô são fundamentais para reduzir os gargalhos de mobilidade para os dois principais polos empresariais da capital fluminense: Centro e Barra da Tijuca. Ademais, a retirada do terminal rodoviário de ônibus interestaduais da Zona Portuária e seu deslocamento para a convergência entre a Avenida Brasil e o Trevo das Missões (em Parada de Lucas) também são de grande valia para melhorar a fluidez do trânsito para o Centro da cidade e dentro da região central. A figura 1 auxilia no entendimento das propostas de mobilidade aqui discutidas.


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Figura 1 – Algumas das principais vias cariocas e propostas de projetos de mobilidade a partir do Aeroporto Internacional do Galeão


Concomitantemente, não podemos esquecer da conclusão do programa de revitalização da Zona Portuária, o Porto Maravilha. Com dezenas de galpões desativados e terrenos abandonados, é preciso: construir um corredor verde que conecte essa região à Praça XV e ao Aterro do Flamengo, com ciclovias e equipamentos esportivos para o lazer do público; explorar o espaço onde estão os galpões com empreendimentos como shoppings, mercados populares, bares, restaurantes, e atividades socioculturais; e aproveitar os terrenos ainda existentes na Zona Portuária para projetos imobiliários residenciais e corporativos mistos (residencial + comercial), com foco na atração de centros de pesquisa e empresas de tecnologia. Nesse contexto, e combinado com os projetos de mobilidades supracitados, é possível chegar ao zoneamento da figura 2.


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Figura 2 – Proposta de zoneamento dos projetos de revitalização da Zona Portuária e do Centro do Rio


E quanto aos investimentos necessários? De onde virão esses recursos?


Com incentivos administrativos e fiscais para o desenvolvimento de projetos de mobilidade urbana e de ocupação da Zona Portuária, parcerias para impulsionar projetos de mobilidade com fundos de investimento e concessionárias que exploram serviços como Linha Amarela e Aeroportos Santos Dumont e Galeão e parcerias público-privadas para zeladoria urbana da Zona Portuária, é possível revitalizar e modernizar o Rio de Janeiro, permitindo que a cidade cresça de maneira sustentável pelas próximas três décadas. Mas é preciso vontade política e soma de esforços entre Prefeitura, Governo do Estado, União e agentes privados dispostos a investirem pensando em lucros a longo prazo e com grande impacto social e ambiental. Sem isso, projetos continuarão nos papéis e papéis continuarão nas gavetas, enquanto milhares de cariocas sofrem com o desemprego e a fome.


Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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