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Lava Jato, lavatismo e outros ismos que povoam a democracia brasileira

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 29 de jul. de 2020
  • 2 min de leitura

O valor de um país está nas pessoas que fazem parte dele. Sem isso, estamos falando somente de mais um pedaço de terra. Tal é o caso da história e formação de nosso Brasil, onde se plantando, tudo dá. Mas é preciso que alguém plante e cuide da terra, para que ela dê bons frutos.

Lendo o noticiário nesta manhã (29/07/2020), este que lhes escreve se deparou com mais uma dura crítica à Operação Lava Jato. E, mais uma vez, foi uma dura crítica feita pelo nº 1 do próprio Ministério Público da União, Sr. Augusto Aras.

Para os que não acompanharam ou têm memória curta acerca do noticiário sobre essa operação que desbaratou alguns esquemas de corrupção bilionários em órgãos públicos e empresas estatais, a Lava Jato foi uma das primeiras ações de combate à corrupção e ao crime organizado que contaram com a coordenação de esforços entre Receita Federal, Polícia Federal, Ministério Público e Poder Judiciário, além do apoio expressivo da população brasileira. Portanto, se existe algum pecado nessa operação, ele consiste na Lava Jato não ter avançado e neutralizado outros braços da corrupção e do crime organizado na Administração Pública.

Enquanto figuras como o “Japonês da Federal”, Deltan Dallagnol e Sérgio Moro estavam cumprindo com o seu dever funcional, investigando, julgando e prendendo corruptos, muitos políticos e burocratas “avestruzes” enfiavam suas respectivas cabeças em seus respectivos gabinetes para não vincularem seus CPFs contra ou a favor da operação. Contudo, bastou que adversários políticos e eleitorais fossem presos ou tivessem seu “capital político” esvaziado, que surgiram diversos políticos, agentes públicos e movimentos de rua tentando vincular suas imagens à defesa da Lava Jato e do combate à corrupção.

Atualmente, o que era avestruz no início da operação e virou cordeiro nas ruas e nas urnas de 2018, tornou-se um lobo que tenta “combater lavajatismos da operação” e age pelas vias administrativas, legislativas e judiciais, buscando desconstruir instituições e pessoas que ajudaram a transformar a Lava Jato e seus resultados em patrimônio nacional.

Concomitantemente a isso, as forças ocultas da corrupção se reagrupam e retomam impulso para continuarem operando na máquina pública contra o interesse público e à custa do dinheiro público. Os recentes casos de corrupção envolvendo compra de insumos e equipamentos para o combate da Covid-19 são exemplos de que os ismos que hoje combatem os lavatismos da Lava Jato só servem para manter interesses e privilégios de clãs e grupos políticos, enquanto o desemprego, o subemprego e a “renda mínima” agravam as disparidades e mazelas sociais. Em outras palavras, é a população brasileira quem paga a conta e não leva quaisquer benefícios de longo prazo dessa política patrimonialista e “antilavajatista” de “menos Brasil, mais Brasília”.

Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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