Então é Natal... Mas e o 2024?
- Pedro Papastawridis

- 14 de dez. de 2023
- 5 min de leitura
Mais um ano que chega ao final. E lá vamos nós de retrospectiva 2023 e perspectivas para o 2024 que está por vir!
Se 2023 pudesse ser resumido numa palavra, esta seria retrocesso: retrocesso na geopolítica, retrocesso na política interna, retrocesso no meio ambiente e retrocesso na formação de uma sociedade pautada pelo respeito às leis, à ordem e ao próximo.
No âmbito geopolítico, o Brasil voltou a fazer vergonha. Dessa vez, sai dessa arena o fantoche de Donald Trump e mascate de fertilizantes russos Jair Bolsonaro para dar lugar a Lula, marionete dos interesses de Vladimir Putin, Xi Jinping e Nicolás Maduro. O resultado da submissão de mais um Chefe de Estado brasileiro a ditadores vemos na forma como Lula e sua militância adestrada vêm se esforçando aviltosamente em defender a invasão russa à Ucrânia, passar pano para o Hamas e condenar o Estado de Israel por se defender de terroristas financiados pela teocracia iraniana.
Voltando os olhares para o nosso próprio quintal, apesar de Lula e sua esposa/blogueira/youtuber curtirem mais viajar para o exterior à custa do erário, 2023 foi o ano em que o retrocesso democrático iniciado com Jair Messias foi escalado por Lula e Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto o Congresso Nacional estava mais preocupado com lacração em redes sociais e em turbinar as mordomias de deputados e senadores à custa dos tributos pagos pelo contribuinte brasileiro, Lula e seus lacaios reassumiam o controle da máquina pública, de uma boa parte do orçamento da União e dos temas que pautaram a vida nacional e os julgados do STF ao longo deste ano.
A pretexto de defender a democracia de possíveis abusos da “extrema-direita com ódio”, a extrema-esquerda lulossupremista usou e abusou de prerrogativas que melhor competem ao Poder Legislativo. Da tentativa de descriminalizar “na marra” (ou melhor, por decisão do STF) o porte e consumo de algumas drogas até o cerceamento da liberdade de expressão por meio do controle da mídia e das redes sociais, o projeto de poder liderado por Lula caminhou a passos largos em seu objetivo de transformar o Poder Judiciário em seu apêndice e o Poder Legislativo em seu capacho. Hoje, Lula e STF tornaram mais fácil prender alguém por emitir uma opinião do que manter na cadeia um corrupto, um ladrão, ou um traficante de drogas.
E quanto aos que prometeram se opor aos abusos e retrocessos lulossupremistas pela via do Congresso Nacional e por meio de mobilização popular? Certamente você encontrará essa oposição no YouTube gravando algum vídeo lacrador, ou na rede social de Elon Musk postando algo para não perder os likes da militância adestrada.
No tocante à pauta ambiental, 2023 foi o ano em que o Pantanal queimou e a Amazônia quase secou, mas Leonardo DiCaprio e Greta Thunberg não viram. Talvez ambos estivessem mais preocupados em passar pano para os abusos cometidos pelo Hamas na Faixa de Gaza e contra o Estado de Israel. Paralelamente, Lula e Marina Silva estendiam as mãos para o mundo rico em busca de uns “trocadinhos” para fazerem o que Lula prometeu durante sua campanha presidencial de 2022, mas falhou vergonhosamente até o momento: proteger o ecossistema amazônico.
Na ausência efetiva do Estado brasileiro defendendo essa parte do nosso país, quem ganhou terreno foram o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), que expandiram suas operações e seu poderio bélico na Região Norte. Até conseguir audiência com integrantes do Ministério da Justiça alguns integrantes dessas facções conseguiram. E quem revelou tal episódio (Andreza Matais) vem sendo alvo de perseguição pela Gestapo lulossupremista, a ponto de essa jornalista ter sua conta no GovBR hackeada. No entanto, a Polícia Federal está mais preocupada em investigar quem “hackeou” a conta de Twitter da esposa do Lula...
Por fim, 2023 foi o ano da desordem e dos retrocessos civilizacionais no Brasil. Dos inúmeros assaltos e arrastões em Copacabana ao recrudescimento do justiçamento sob as mais diversas formas, um país que se habituou a ver marginais dos mais diversos tipos e condições socioeconômicas livres, leves e soltos agora vê parte da sociedade buscando justiça com as próprias mãos. A questão que fica é: aonde o “Brasil George Soriano” vai parar, se numa guerra de gangues aos moldes do Haiti, ou numa guerra civil similar à da Somália.
E o 2024, Blog do Papa? O que esperar dele?
Na economia, um possível aprofundamento das tensões geopolíticas entre BRICS e Estados Unidos/União Europeia/Japão/Coreia do Sul/Austrália/Nova Zelândia (também conhecidos pela turminha das federais como “Norte Global”) pode resultar num maior protecionismo de mercados e blocos econômicos relevantes, na redução de fluxos internacionais de investimentos e na escalada de preços de itens essenciais à economia global, como commodities e semicondutores. Com isso e a continuidade do El Niño afetando a produção agrícola e a segurança hídrica em diversas partes do Brasil, o fantasma da estagflação pode voltar com força a curto e médio prazos.
Além disso, a farra fiscal promovida pelo abraço político-eleitoreiro entre oposição e governistas tem o potencial de enterrar de vez reformas estruturantes essenciais ao desenvolvimento sustentável brasileiro, dando lugar ao “cotismo”, ao assistencialismo e ao retorno gradual do patrimonialismo na Administração Pública. E estamos falando de um país em que uma parte significativa da população economicamente ativa não trabalha ou vive na informalidade, diminuindo a capacidade de o Brasil gerar poupança intergeracional e para investimentos em formação bruta de capital fixo. Sem poupança e investimentos robustos, o crescimento econômico fica comprometido e a geração de emprego e renda passa a operar num nível em que impede a ascensão social. Sem ascensão social, não haverá progresso. Sem progresso, não haverá ordem.
Caros leitores, garantir regalias e privilégios para cada vez mais segmentos da sociedade custa muito caro aos cofres públicos. Só para deputados e senadores, por exemplo, estima-se que a Lei Orçamentária de 2024 destinará quase R$ 35 bilhões em emendas parlamentares (quase R$ 60 milhões por “Excelência” na Câmara e no Senado). E quem “ousa” se opor a tal estado de coisas ainda corre o risco de ser perseguido por um desses grupos, acusado de “ismos” e “fobias” por idiotas úteis de claques políticas, ou, até mesmo, ser processado e condenado por quem se habituou a desrespeitar o princípio da segregação de funções e acumular os papéis de investigador, acusador e julgador.
Diante do exposto, 2023 foi um ano em que a Terra girou para trás e nos aproximou mais da Guerra Fria que do futuro. Como a serpente insiste em se ocultar dentro do ovo, 2024 exigirá grandes cautelas na economia e na geopolítica, sobretudo por conta dos retrocessos democráticos e civilizacionais apoiados pelo BRICS e pela Agenda Woke de Soros et caterva. No mais, ficam as seguintes recomendações, pois administrá-las é preciso:
Respeitar as pessoas;
Valorizar a educação;
Valorizar o trabalho;
Focar nas coisas boas que vêm pela frente;
Deixar para trás as coisas ruins;
Não ser manipulado por discursos identitários que só servem para dividir e conquistar pessoas, organizações e sociedades;
Votar com consciência e não com o fígado (afinal de contas, 2024 é ano de eleições municipais no Brasil); e
Não dê aos cães as coisas santas, nem dê pérolas aos porcos, para que não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se contra você, venha a despedaçá-lo (Mateus 7,6).
Um ótimo final de ano a todos, gratidão a Deus, à minha família, aos meus amigos e aos meus leitores e que 2024 seja de muita saúde, paz, luz e sabedoria para nós. Carpe diem e até 2024!





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