Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!
- Pedro Papastawridis

- 12 de set. de 2022
- 2 min de leitura
Para quem estuda as Sagradas Escrituras, certamente já se deparou com essa passagem (de Mateus 22) em que um grupo de fariseus e herodianos indagou Jesus Cristo acerca da licitude de se pagar impostos.
Cristo, percebendo a malícia em tal questionamento, pediu que fosse trazida e ele uma moeda. Ao trazerem a moeda, Jesus questionou de quem era a face que aparecia no dinheiro, cuja resposta foi o nome de César. Disso, Jesus Cristo citou a sábia resposta que serve de título para este artigo.
Nos dias atuais, o uso da fé como estratégia para ocupação e perpetuação em espaços de poder vem adquirindo contornos muito preocupantes em nosso Estado Democrático de Direito brasileiro. Pois vivemos num Estado laico, no qual o Estado deve ser imparcial em relação a questões religiosas, possibilitando que o indivíduo seja livre para exercer sua própria crença. Entretanto, liberdade religiosa não pode ser usada como pretexto para apropriação indevida da coisa pública em proveito de indivíduos e/ou organizações religiosas. Afinal de contas, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!
Quem põe a Bíblia embaixo do braço e se vale dos versículos dela para angariar votos, cargos e verbas públicas revela uma contradição moral e comete um pecado grave, na medida em que não segrega o que é negócio público do que é questão espiritual sujeita aos ensinamentos do cristianismo. Some-se a isso que quem emprega o nome de Deus em proveito próprio afronta um dos 10 Mandamentos que Moisés recebeu no Monte Sinai: “Não usarás o santo nome de Deus em vão”. Só isso já põe em descrédito o cristianismo de quem politiza a fé, desmerecendo o voto do ser humano e estando sujeito à justiça divina.
Diante do exposto, o lugar da fé tem que ser nas mentes e corações das pessoas, e não nas urnas e nos espaços de poder de Estados nacionais. Tampouco importa de qual fé estamos falando, se a fé do cristão, do budista, do muçulmano ou das religiões de matrizes africanas. Que cada um tenha sua crença, ame-a e exercite em seu dia a dia, com respeito e amor pelo próximo. Mas que se dê a César o que é de César, reservando a Deus o que é de Deus. Pois política e religião não devem andar juntos!
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus! E o profundo respeito deste que lhes escreve pelos adeptos das demais religiões que habitam este mundo, pois Deus é amor!





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