Dia dos Professores: mais que uma homenagem, um convite à reflexão

Muito se fala sobre as causas de sucesso de países como Japão, Coreia do Sul e Alemanha. E muito se fala sobre as causas do atual atraso socioeconômico do Brasil. Porém, entre o sucesso e o fracasso da nação existe uma causa comum: o nível de desenvolvimento do sistema educacional local.

Quem vê o Japão e a Alemanha de hoje, sequer faz ideia de que ambos os países estavam devastados pelos impactos da Segunda Guerra Mundial há 75 anos. E foi graças ao investimento em educação que ambas as nações conseguiram se reconstruir e se tornar dois dos motores econômicos mundiais. O caso da Coreia do Sul é ainda mais emblemático, pois era um país pobre em meados do século XX e se tornou uma potência tecnológica, juntamente com japoneses, alemães, chineses, russos e americanos. A causa da evolução econômica da Coreia do Sul? A exemplo do Japão e da Alemanha, foi o investimento num sistema educacional robusto e qualificado.

E como um país como o Brasil pode se valer dessa receita de sucesso que os países supracitados experimentaram? Basta querer e somar forças, valorizando a educação como fator crítico de sucesso e as pessoas que contribuem para o sucesso desse fator.

No caso do Japão, a educação é obrigatória para cidadãos japoneses até os 15 anos. Somado a isso, o espaço escolar é mais que um espaço onde se transmite conteúdo. A escola no Japão é uma extensão da vida de crianças e adolescentes, na medida em que eles aprendem a respeitar a si próprio, os outros e o espaço em que vivem e convivem. Um exemplo disso se vê no espírito de colaboração e cooperação que é cultivado nos alunos, levando-os a ajudar na limpeza das salas de aula e na distribuição de merenda entre os colegas. Ademais, as atividades extracurriculares são comuns nas escolas e ajudam a reforçar esse espírito de colaboração e cooperação.

Um outro ingrediente que explica a receita de sucesso do sistema educacional japonês envolve a participação dos pais na vida escolar. Não se trata somente de deixar e buscar os filhos nas escolas, mas sim de participar das discussões acerca do ambiente escolar e acompanhar as atividades curriculares e extracurriculares desenvolvidas pelos jovens. Com isso, cria-se uma simbiose entre família e escola, na qual o respeito mútuo e a busca do bem comum são cultivados.

Por fim, temos o ingrediente que dá consistência e sabor a quaisquer sistemas educacionais de sucesso pelo mundo afora: a valorização dos profissionais da educação. E não estamos falando somente de pagar bons salários, mas também de respeitar a autoridade do professor dentro das salas de aula e enxergar todos os profissionais envolvidos com a educação como agentes de transformação da sociedade. Afinal de contas, são os professores, os inspetores, as merendeiras e demais profissionais que trabalham no ambiente escolar que ajudam na formação intelectual e moral dos futuros médicos, engenheiros, administradores e técnicos e dos professores, inspetores e merendeiras que continuarão esse ciclo virtuoso.

Diante do exposto, devemos olhar para os exemplos de nossos amigos de Japão, Alemanha e Coreia do Sul e somarmos esforços na construção de um sistema educacional que ponha o Brasil em pé de igualdade e consciência cidadã com as demais nações desenvolvidas, pois a responsabilidade pelo futuro do Brasil não é só dos professores, mas sobretudo de todos os concidadãos.

Um forte abraço a todos e fiquem com Deus! E o Blog do Papa aproveita para desejar um ótimo Dia dos Professores para as Sílvias, as Lucianas, as Virgínias, as Nelmas, as Janes, os Matins, os Mergulhões e tantos outros mestres que não cabem neste texto, mas que atuam com fé e dedicação e ajudam a formar pessoas capazes de fazer a diferença pelo mundo.