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Apesar do establishment de Brasília, a Lava Jato e o combate à corrupção ainda vivem no coração dos brasileiros!

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 18 de mar. de 2024
  • 3 min de leitura

Passados 10 anos das primeiras operações de combate à corrupção promovidas pela Lava Jato, a corrupção parece ter vencido a referida força-tarefa e passado para a sociedade brasileira que o crime compensa. Afinal de contas, qual cidadão honesto e batalhador não se indigna ao ver figuras como Lula, José Dirceu e Sérgio Cabral livres, leves e soltas nas ruas do país, apesar do Petrolão e do mal que este causou ao Brasil?

 

Para quem nasceu depois de 2018 ou possui memória curta, a Lava Jato ajudou a desvendar, processar e prender agentes públicos e privados que faziam da dilapidação dos cofres de empresas estatais e órgãos públicos um excelente negócio em benefício de alguns e em detrimento do restante do país. Exemplo disso vimos no estado do Rio de Janeiro durante as gestões de Cabral e Pezão, que resultaram na degradação de estruturas, má prestação de serviços públicos e, até mesmo, no atraso reiterado de salários de servidores estaduais durante meses. E pensar que essa unidade da federação havia recebido bilhões de reais em recursos públicos para se estruturar e sediar jogos da Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016.

 

Diante do êxito do trabalho desenvolvido entre 2014 e 2018, a Lava Jato logo serviu de palanque para políticos oportunistas que queriam se apropriar das pautas de enfrentamento da corrupção e do crime organizado para conquistarem mais espaço de poder em Brasília. Foi assim que a extrema-direita e alguns setores da direita ganharam força política. Também foi assim que o Clã Bolsonaro chegou à Presidência da República.

 

Entretanto, não demorou muito para o establishment de Brasília, cujo desgaste reputacional se somou ao desgaste político nas urnas de 2018, oportunizasse a fraqueza moral de Jair Messias e explorasse a sede de poder do Clã Bolsonaro para atacar o legado da Lava Jato. Para tanto, bastaram algumas investigações sobre rachadinhas no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro e a ascensão política do ex-juiz Sérgio Moro, que logo Jair Bolsonaro viu ameaçado seu projeto de perpetuação no poder. Em vista disso, ou Jair partia para cima da Lava Jato, ou o clã já era. Foi quando Bolsonaro resolveu somar forças com o establishment do Congresso Nacional (Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco) e do Supremo Tribunal Federal (Gilmar Mendes e Dias Toffoli) contra Moro, Deltan e a própria Lava Jato.

 

Daí em diante, a estratégia de desconstruir para destruir a operação Lava Jato assumiu contornos de seriado de TV. Afinal de contas, não bastava para Jair Messias e o establishment de Brasília matarem a força-tarefa. Eles precisavam acabar com a reputação da operação antes de acabar com esta. Foi quando, coincidentemente, surgiu um tal hacker Vermelho divulgando ilicitamente conversas entre membros da força-tarefa da Lava Jato, sucederam-se jurisprudências de ocasião no STF que ajudaram a anular provas processuais e soltar corruptos e o Congresso Nacional avançou com matérias que dificultaram o combate à corrupção e facilitaram a perseguição e retaliação a investigadores e membros do Poder Judiciário e do Ministério Público.

 

Para a turma de Brasília acostumada a tratar com menosprezo a dignidade do povo brasileiro, ser “lavajatista” assumiu um tom pejorativo de 2019 em diante, o que pode resultar em perseguição de agentes públicos e processos contra veículos de comunicação que publiquem matérias que enalteçam o legado da Laja Jato e/ou denunciem o acordão pró-corrupção promovido pelo establishment brasiliense. Graças a esse acordão, Lula está solto e Presidente da República, Sérgio Cabral cai no samba à vontade e Gilmar Mendes representa os papéis de juiz, acusador, palestrante e comentarista de assuntos políticos. Atualmente, jornalistas e veículos de comunicação como o Grupo Globo até servem como assessoria de imprensa antilavajatista e ajudam a replicar as narrativas do Governo Lula e mensagens de WhatsApp repassadas a mando de Ministros do STF.

 

Apesar do que se passou no país nos últimos 5 anos e da degradação gradual por que passa a democracia brasileira, a Lava Jato deixou seu legado e uma mensagem para os que ainda acreditam num Brasil melhor: a de que o bem só vencerá o mal enquanto acreditarmos e lutarmos por aquele. Caso contrário, os que praticam o mal se reagruparão e se voltarão com cada vez mais ímpeto, perseguição e opressão contra toda a sociedade.

 

Caros leitores, a Lava Jato não se resume a Sérgio Moro e Deltan Dallagnol! Ela está em todos nós menos nos que vivem da lama e da podridão oriundas da corrupção. Pensem nisso e sejam a mudança positiva de que o mundo necessita!

 

Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!


P.S: O mais irônico dessa história é que Bolsonaro foi decisivo para a soltura de Lula e a eleição deste em 2022. Mas Lula não é Bolsonaro. O petista está mais para Putin. Portanto, é só uma questão de tempo para Jair dormir na cadeia da qual ajudou a tirar Lula!

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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