Amazon, Apple, Google e Facebook: será o fim de uma hegemonia ou o recomeçar de um mercado?
- Pedro Papastawridis

- 8 de out. de 2020
- 2 min de leitura
Uma comissão da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos que investiga abusos de poder de mercado cometidos por quatro das maiores empresas de tecnologia do mundo (Amazon, Apple, Google e Facebook) elaborou e divulgou um relatório em que concluiu que elas adotam uma série de práticas consideradas anticoncorrenciais. Trata-se de um conjunto de ações prejudiciais à livre concorrência que envolve desde o uso de aquisições para aniquilar rivais até a cobrança de taxas abusivas para forçar empresas de menor porte a aceitar os termos contratuais impostos pelas quatro gigantes da tecnologia.
Obviamente, o documento supracitado vem despertando uma certa apreensão na maior parte do PIB do Vale do Silício, sobretudo com uma possível eleição dos democratas à presidência do país. Como o relatório foi produzido na casa legislativa em que o Partido Democrata possui maioria, isso indica que a eleição de Joe Biden pode catalisar um processo de regulação mais intensa sobre essas empresas, podendo resultar, num cenário político mais extremo, na cisão de unidades de negócios da Amazon, Apple, Google e Facebook. Entretanto, uma possível reeleição de Donald Trump não afasta a adoção por este de medidas antitruste contra as quatro empresas, principalmente por conta dos constantes embates que Trump costuma travar com empresas que atuam no setor de comunicação americano.
Processos antitruste contra empresas que se tornaram grandes demais não são raros nos Estados Unidos. Por se tratar da maior economia do mundo e ser vanguardista em diversos modelos de negócios, é comum vermos empresas ianques começarem bem pequenas e se tornarem gigantes num ritmo alucinante. Basta voltarmos um pouco no passado e nos depararemos com casos como a cisão da Standard Oil no começo do século XX; com a abertura de mercado imposta à IBM nos anos 1980; e com as investigações que se iniciaram em 1998 acerca da concentração de mercado nas mãos da Microsoft no mercado de softwares, levando uma corte federal a monitorar as acusações de truste e monopólio contra a empresa de Bill Gates a partir de 2002.
E quanto às atuais gigantes do setor de tecnologia da informação e comunicações americano? É possível que processos antitruste avancem e produzam o efeito de reduzir essas empresas? Isso só o tempo dirá, uma vez que estamos falando de organizações que se notabilizaram por inovar continuamente em seus negócios, que estão bastante apoiadas em diversificação e que possuem controle sobre um ativo político e geopolítico muito estratégico nos dias atuais: capacidade de processamento e tomada de decisão sobre grandes volumes de dados. E como informação é poder, somente o tempo vai dizer o que vai acontecer com o futuro dessas empresas.
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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