Algumas verdades duras sobre catástrofes no Brasil
- Pedro Papastawridis

- 15 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Nas últimas semanas, grande parte da população brasileira se mobilizou para ajudar a população do Rio Grande do Sul. Graças a Deus e ao espírito solidário de milhões de pessoas em todo o Brasil e de muitos outros pelo mundo afora, cerca de 10 milhões de gaúchos estão recebendo algum auxílio para tentar recomeçar suas vidas após os temporais recentes.
No entanto, por mais solidário que o brasileiro seja, catástrofe no Brasil se eleva ao quadrado e algumas verdades duras precisam ser ditas sobre o que ocorreu, o que está ocorrendo e o que virá a acontecer em nosso país no curto prazo. Sete dessas verdades indigestas estão elencadas abaixo:
O que aconteceu no Rio Grande do Sul poderia ter sido mitigado, se houvesse um plano nacional integrado de gerenciamento de riscos, tal como vemos num Japão que convive com terremotos, tsunamis, tufões e vulcões;
Por não dar tanta exposição midiática quanto asfaltar ruas, samba na praça e distribuir auxílios, investimentos em contenção de encostas e recuperação de matas ciliares são desprezados pela classe política, somente sendo lembrados quando o estrago já ocorreu;
Para muitos políticos, calamidade pública é sinônimo de dinheiro público menos burocrático e com fiscalização mais frouxa;
Para os políticos da situação, catástrofe é oportunidade para ganhar holofotes, colocando-se como resolvedores de problemas (que eles deveriam ter evitado);
Para os políticos da oposição, catástrofe é oportunidade para explorar as vulnerabilidades do adversário em proveito próprio;
Para a economia brasileira, catástrofe num estado que representa quase 6% do PIB e é um dos motores do agronegócio nacional significará elevação no preço dos alimentos e aumento da certeza de estagflação em 2024; e
Para as forças políticas de Brasília, a catástrofe no Rio Grande do Sul representa uma “janela de oportunidade” para aprovar pautas indigestas à sociedade brasileira, já que a população está com os olhares voltados para o socorro às vítimas das chuvas.
No mais, que Deus abençoe e traga um pouco de conforto para o povo gaúcho nesse recomeçar pós-chuvas, que os brasileiros continuem ajudando o Rio Grande do Sul e que a sociedade brasileira fique bem atenta aos oportunistas de sempre, pois nenhuma corrente do bem está imune à ação de ratos dos mais variados tipos, trajes e/ou ideologias.
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus! Por conta de compromissos acadêmicos que iniciam neste mês, este que lhes escreve reduzirá a frequência com que redige artigos, mas o Blog do Papa permanecerá presente, pois administrar é preciso. Carpe diem!





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