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A era dos extremos e o possível fim da democracia brasileira

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 12 de mar. de 2021
  • 3 min de leitura

Nos últimos 5 anos, o continente americano experimentou uma mudança de rumos políticos que indicava a queda de políticos e políticas ligadas à esquerda, abrindo caminho para a direita e seu liberalismo econômico. Nesse período, países como Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Brasil viram o apoio popular nas ruas e nas urnas mudar de lado e pular o muro do socialismo em direção ao quintal do reformismo apregoado por figuras como Mauricio Macri, Sebastián Piñera e Jair Bolsonaro. Tratava-se de um fenômeno que teve como pano de fundo o esgotamento de um modelo econômico que havia tornado os Estados Nacionais inchados, as economias locais mais frágeis e o povo mais vulnerável à alta do custo de vida e à perda de qualidade de vida.


Contudo, o mundo dá voltas. E a incompetência da direita em entregar o que prometeu nas urnas nos últimos anos, combinada com o desprezo que ela demonstrou pelo povo e pelas instituições democráticas, abriu caminho para a retomada de poder pela esquerda em solo americano: na Argentina, Macri deu lugar a Alberto Fernández; na Bolívia, Luis Arce foi alçado ao poder com as bênçãos de Evo Morales; e no Brasil, o lulopetismo retoma vigor, graças à gestão desastrosa de Jair Messias Bolsonaro e à retomada dos direitos políticos de Luiz Inácio Lula da Silva.


Após anulação das decisões proferidas em processos criminais nos quais havia sido condenado, Lula recuperou o direito de se candidatar e já subiu no palanque político mirando as eleições presidenciais de 2022. Para tanto, conta com a base social que o PT conseguiu manter mesmo após os escândalos de corrupção revelados no âmbito da Operação Lava Jato e o impeachment de Dilma Rousseff e com a rejeição crescente do eleitorado por Jair Bolsonaro, cujo desserviço à pátria já custou quase 300.000 mortes por Covid-19 (e a conta só aumenta), estagflação e desemprego.


Em suma, o Fla-Flu presidencial de 2022 já começou e promete ser o pior e mais nocivo à sociedade brasileira e ao Estado Democrático de Direito das últimas décadas, na medida em que as falanges de Lula e Bolsonaro não possuem apreço pela harmonia política, social e econômica do país. Pois é no caos que os extremos prosperam e ambos os políticos já demonstraram isso ao longo de suas carreiras e em seus projetos de poder, tornando o Brasil um anão diplomático e uma vergonha internacional em temas como combate à corrupção, defesa do meio ambiente e combate às desigualdades sociais.


Enquanto ambos pelejam entre si, com Lula criticando as ações e omissões governamentais de Bolsonaro e este copiando o neofascista Donald Trump e colocando em xeque um processo eleitoral que sequer começou (pois teme uma provável derrota para Lula), quase 2.000 brasileiros morrem de Covid-19 todos os dias, milhões não têm emprego e outros milhões sequer possuem o que comer e onde morar. No entanto, o que vale para o extremos políticos não é o que interessa ao povo, e sim ocupar os espaços de poder e tomar conta. E toda essa catástrofe iminente sendo bancada com o dinheiro arrecadado da população brasileira.


Pensem nisso e não permitam que a democracia brasileira morra pelas mãos de ditadores de extrema-direta e extrema-esquerda e seus respectivos projetos de poder. Já passou da hora de a população levar mais a sério o risco de venezuelização do Brasil e prezar por este país que é para todos e não pertence a ninguém.


Um forte abraço e fiquem com Deus!


P.S.: a imagem que acompanha este artigo foi obtida no site da IstoÉ, sendo creditada a Lézio Júnior.

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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