2018 não acabou. E eu posso provar
- Pedro Papastawridis

- 4 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Militantes na porta de hospitais, políticos viajando pelo Brasil, ataques a adversários políticos e conluios contra a Lava Jato e Sérgio Moro. Eis um pouco de 2020, que muito se parece com o que vimos nas eleições de 2018. Porém, com um país devastado pela crise econômica e por uma pandemia de Covid-19, esse 2018 que não acaba conta com o apoio de políticos obscurantistas, negacionistas e oportunistas.
Para começar, observemos o caso do município do Rio de Janeiro, segunda maior cidade do país em população e PIB. Com um Prefeito que se considera coronel da cidade e que coloca militantes na porta de hospitais para atrapalharem o trabalho de jornalistas e intimidarem cidadãos, a capital fluminense serve de palco para um circo eleitoral que indica que a baixaria que vimos nas campanhas de 2018 deve se repetir nas eleições de 2020 e sinaliza como será o processo eleitoral de 2022. Para tanto, Crivella conta com o apoio do clã Bolsonaro, uma espécie de clã Sarney, porém com presença de palco e militância ativa e passiva nas redes sociais.
Subindo para a esfera estadual, vemos os embates entre alguns governadores e políticos ligados ao clã Bolsonaro. Porém, em estados onde a presença do crime organizado é muito grande e a influência das polícias também, os governadores ainda têm que lidar com o constante salseiro de organizações como o PCC e a ameaça de motins de policiais. Que o digam Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo, onde o crime organizado parece jogar a favor das falanges bolsonaristas, tal como se observou na greve dos caminhoneiros de 2018.
Por fim, temos Brasília, o reino que está muito perto de alguns e muito distante de todo o resto do país. Nesse reino, que parece ignorar um tombo de dois dígitos no PIB do 2º trimestre de 2020 (se comparado com igual período de 2019), milhões de desempregados e milhares de mortos pela Covid-19, vemos os políticos dos Três Poderes se articulando em defesa de mais verbas, estruturas e cargos e contra a Lava Jato, Sérgio Moro e o bolso do eleitor-contribuinte. Medidas como gastos públicos sem responsabilidade fiscal, o tal “Pacote Anticrime”, a Lei de Abuso de Autoridade, o desencarceramento de meliantes e a blindagem de políticos amigos só vêm reforçando o sentimento de que as conjecturas políticas de 2018 parecem não ter fim, dado o acordão que está em curso entre as forças políticas de Brasília.
Diante do exposto, cautela com seu voto e seu bolso são fundamentais para este ano. Caso contrário, o asfalto esburacado (onde existe asfalto), o ônibus que não chega e os capangas de políticos na porta de hospitais, escolas, de seções eleitorais com voto impresso e na sua casa se tornarão cada vez mais presentes.
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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