Vacina boa é vacina no braço! Não seja sommelier de imunizantes!
- Pedro Papastawridis

- 28 de jun. de 2021
- 3 min de leitura
Com o aumento de vacinas disponíveis contra a Covid-19 em solo brasileiro, a campanha de vacinação contra a doença vem avançando em todo o país. Na cidade do Rio de Janeiro por exemplo, cariocas entre 47 e 43 anos poderão se imunizar ao longo desta semana nos postos de vacinação da capital fluminense, sendo uma idade para cada dia útil. E isso é muito bom, pois somente com grande parte da população vacinada é que a pandemia de Covid-19 terá fim.
O problema de trabalharmos com diversas vacinas num país de dimensões continentais como o nosso e que ainda carece de controles rápidos e efetivos para monitorar quem se vacinou, quando e com qual imunizante é que algumas pessoas começam a escolher onde quer se vacinar e com qual vacina. E isso é ruim para o avanço da campanha de vacinação e perigoso para a saúde de quem recorre a tal prática, isso sem falar nas implicações criminais às quais o “sommelier de vacinas” está sujeito.
Em cidades onde há estoques de mais de um tipo de vacina contra a Covid-19 e que costumam adotar o sistema de repescagem para quem não se vacinou na época prevista originariamente, grupos de cidadãos vêm monitorado a disponibilidade de vacinas como as da Pfizer (considerada tecnologicamente avançada e mais eficaz) e da Janssen (de dose única) para tentarem se vacinar com uma das duas. A justificativa para tal prática é a de que as outras duas vacinas disponíveis no país até aqui (AstraZeneca e Coronavac) causam muitos efeitos colaterais e possuem eficácia menor contra a doença.
Considerando todo o processo de pesquisa e desenvolvimento pelo qual um imunizante passa até ser avaliado e aprovado pelos órgãos reguladores competentes, torna-se perda de tempo questionar uma vacina disponível na rede pública de saúde. Estamos falando de milhares de cientistas, pesquisadores, profissionais da área de saúde e reguladores dedicando horas e mais horas de esforço para garantir que o imunizante desenvolvido é seguro e eficaz contra uma determinada doença. E a curva de experiência adquirida ao longo de décadas pelas principais farmacêuticas e agências reguladoras sanitárias só reforçam a qualidade e confiabilidade daquilo que está sendo aplicado em nossos braços pelo nosso SUS.
Quanto à questão dos efeitos colaterais, toda vacina ou medicamento pode produzi-los, uma vez que cada pessoa reage de uma determinada forma em relação ao que ingressa em nosso organismo. E isso não tem a ver com o fato de uma vacina ou remédio ser perigoso. Tem a ver com a nossa resposta imunológica, que difere de pessoa para pessoa. Daí a importância de conhecermos o funcionamento de nosso próprio corpo, de termos uma vida saudável e buscarmos o tratamento médico preventivo nas redes pública e privada de saúde.
Ainda em relação à questão dos efeitos colaterais que um remédio ou uma vacina podem provocar em nosso organismo, caso isso ocorra, é recomendável se consultar com um médico e reportar o ocorrido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio do VigiMed (https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/fiscalizacao-e-monitoramento/notificacoes/vigimed/).
No mais, não tenham medo de se vacinar com qualquer uma das vacinas disponíveis contra a Covid-19 em nosso país, pois todas elas são boas para prevenir-se contra os efeitos graves da doença e seus benefícios superam em muito possíveis efeitos adversos. E não sejam sommeliers de imunizantes, pois vacina não é vinho, além de ser perigoso para a saúde retardar a vacinação e/ou misturar doses de vacinas diferentes sem respaldo científico e do Poder Público. Portanto, a melhor vacina é a que estiver disponível logo e no seu braço!
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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