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Sem educação de qualidade para todos não haverá futuro sustentável para o Brasil

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 22 de nov. de 2021
  • 3 min de leitura

Ontem (21/11/2021), teve início a versão 2021 do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), com destaque para questões que tratam de múltiplos temas que permeiam a sociedade brasileira e vem ganhando destaque midiático, como racismo, erotização da mulher e a questão indígena.


Contudo, o ENEM deste ano vem despertando a atenção da sociedade brasileira menos pelos temas abordados e mais pelo planejamento e gestão de seu processo, marcado por baixas no corpo técnico responsável pela condução do ENEM, denúncias de interferência política na formulação das provas e por declarações de Jair Bolsonaro acerca de o exame deste ano “ter a cara do governo”.


Para quem conhece o ENEM desde o surgimento desse exame, sabe da importância que ele assumiu para estudantes e instituições de ensino ao longo dos anos. De um “simulado de preparação” para vestibulares, o ENEM se tornou uma das principais portas de entrada para o ensino superior no Brasil e serve, até mesmo, como forma de ingresso parcial ou integral em algumas universidades de Portugal, Estados Unidos, França, Canadá e Reino Unido. E justamente por essa importância crescente é que o ENEM vem despertando o interesse de milhões de estudantes todos os anos, além de escolas, cursos preparatórios e do próprio Governo Federal.


Para os estudantes, preparar-se para um exame que possibilita o acesso a diversas instituições de ensino públicas ou privadas é muito mais prático, pois direciona melhor os estudos e facilita a logística de deslocamento para os locais de provas, visto que esse exame substitui muitas outras provas que o candidato precisaria cursar caso se inscrevesse para cada vestibular de cada instituição de ensino superior.


Quanto às instituições de ensino e cursinhos preparatórios, o ENEM otimiza o planejamento pedagógico, permitindo que os conteúdos ensinados em sala de aula sofram menos adequações ao longo do tempo para preparar estudantes para o ingresso no ensino superior.


Outra parte envolvida no ENEM que olha para este com especial atenção é o Governo Federal, via Ministério da Educação. Por ser o responsável por planejar e gerenciar todo o processo de trabalho que permeia o ENEM, é do interesse da administração federal garantir um exame pautado pela adequação pedagógica, pela lisura e por garantir que não será mais uma prova na vida dos estudantes, mas sim um exame que estimule a reflexão a respeito dos desafios e do papel social que o candidato enfrentará durante sua formação acadêmica e posterior inserção no mercado de trabalho.


Apesar do papel desempenhado pelo Governo Federal na condução do ENEM, isso não afasta o risco de interferências político-ideológicas por parte de alguns atores que enxergam a educação não como política de Estado de transformação social, mas sim de manipulação das massas. E foi essa interferência político-ideológica que serviu de pano de fundo para as principais polêmicas do ENEM 2021.


É sabido que Jair Bolsonaro e seu clã estão pouco se importando com a educação de crianças e jovens deste país. Para o clã presidencial e seus aliados de ocasião, educação e cultura são dois instrumentos de transformação social que impedem o propósito de perpetuação no poder de figuras como Lula e o próprio Jair Messias. Por isso, quanto menos educação o brasileiro médio tiver, menos resistência social haverá contra populistas e projetos de ditadores, o que abre espaço para esses dois tipos de agentes políticos manipularem a população menos esclarecida com “pão e circo” e pulverizarem a oposição de minorias esclarecidas. Isso ajuda a explicar o sucateamento gradual da educação básica no Brasil desde os anos 1990.


Diante do exposto, a sociedade civil precisa olhar com mais rigor e combater tentativas políticas de esvaziamento da educação pública brasileira e de doutrinação ideológica de crianças e jovens. Sem educação básica de qualidade e ensinos técnico e superior formadores de profissionais competentes e providos de consciência cidadã, só restarão ao país a recessão econômica, o caos social e o domínio político nas mãos de Bolsonaros e Lulas. Em outras palavras, não haverá futuro sustentável para o Brasil sem educação de qualidade para todos.


Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

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