top of page

Enquanto o mundo olha para a COP-27, as big techs americanas e chinesas olham para seus dados!

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 14 de nov. de 2022
  • 2 min de leitura

Ao longo dos últimos dias, o mundo tem voltado as atenções para a COP-27, conferência sobre mudanças climáticas que está sendo realizada em Sharm el-Sheikh, no Egito. Afinal de contas, estamos falando de discussões que envolvem o cuidado que esta e as próximas gerações terão com o planeta Terra.


Enquanto isso, um grupo de grandes empresas especializadas em soluções de tecnologia da informação e comunicação (as chamadas big techs) está focado em como tratar e lucrar cada vez mais com os dados que disponibilizamos a elas, ainda que disponibilizemos de maneira involuntária. Trata-se das Big Four americanas (Apple, Alphabet/Google, Amazon e Meta/Facebook) e de suas concorrentes chinesas (Xiaomi, Baidu, Alibaba e Tencent/WeChat).


Para se ter uma ideia do gigantismo desse grupo de empresas e da sua relevância econômica global, somente as Big Four americanas possuem juntas um valor de mercado superior ao PIB nominal do Japão. Como os dados contábeis das concorrentes chinesas não são tão fidedignos aos olhos do mundo, uma vez que essas empresas lidam com as constantes ingerências do Estado chinês, fica difícil precisar de quanto seria o valor de mercado das quatro. Mas uma coisa é certa: os oito grupos empresariais somados possuem um valor econômico e um poder de barganha que só perde para os dois países em que estão sediados.


E qual é a importância disso para as nossas vidas?


Por se tratar de um grupo de empresas globais que operam grandes volumes de dados pessoais de bilhões de pessoais em todo o mundo, estamos falando de organizações que detêm um poder não só econômico perante as cadeias de valor em que atuam, mas sobretudo político nos países em que possuem operações. E isso vem preocupando órgãos reguladores da União Europeia, dos Estados Unidos e da China, que buscam soluções legislativas para ampliar a regulação dos serviços das big techs, bem como estabelecer mecanismos de defesa da concorrência que eliminem o risco de oligopolização das cadeias de valor de TIC por esses grupos empresariais.


Um outro aspecto que preocupa os órgãos reguladores de União Europeia, Estados Unidos e China diz respeito aos mecanismos de segurança da informação e de privacidade de dados pessoais adotados pelas big techs, visto que a segurança cibernética é algo muito valioso e estratégico para Europa e as duas maiores economias nacionais. Com os crescentes ataques de hackers a sistemas de empresas e governos pelo mundo afora, saber com as big techs cuidam dos dados de bilhões de pessoas e como garantem a segurança e a privacidade desses dados tornou-se matéria de relevância a âmbito global.


Diante do exposto, cabe ao mundo redobrar as atenções não só para as pautas ambientais que estão sendo discutidas na COP-27, mas também para o poder político-econômico das big techs, com enfoque nas questões concorrenciais e de governança e gestão de dados dessas empresas. Afinal de contas, informação é poder e as big techs detêm o controle de grandes quantidades do principal insumo dessa fonte de poder.


Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!


P.S.: ainda sobre o assunto deste artigo, o Blog do Papa sugere assistir ao documentário da Deutsche Welle (DW) “Google, Facebook, Amazon - El poder ilimitado de los consorcios digitales | DW Documental”

Comments


Commenting on this post isn't available anymore. Contact the site owner for more info.
Logomarca 1.jpg

©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

bottom of page