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Em pleno século XXI, um balão chinês ainda incomoda muita gente

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 13 de fev. de 2023
  • 3 min de leitura

Quem já teve a oportunidade de ler A Arte da Guerra, de Sun Tzu, notou o quanto o estrategista militar chinês era muito preocupado com a questão da espionagem. Não por acaso, o último capítulo da obra foca na questão do emprego de agentes secretos, considerados cruciais por Sun Tzu para que um exército dominasse outro sem muito esforço e com poucas baixas. E estamos falando de um livro escrito séculos atrás.


Nos dias atuais, a espionagem promovida por agentes secretos ainda é muito importante, não só com propósitos bélicos, mas também para que um Estado obtenha "na fonte" acesso a dados e informações que outros Estados buscam resguardar por questões de defesa da própria soberania. Isso explica a existência de agências de inteligência em grande parte das nações, apesar de muitas delas pautarem suas relações internacionais na base da diplomacia. E algumas dessas agências são bastante conhecidas por nós: CIA (Estados Unidos), KGB (URSS, sendo suas atribuições atualmente exercidas pela russa FSB) e a nossa Agência Brasileira de Inteligência (Abin).


Contudo, e apesar dos avanços que a tecnologia voltada às atividades de inteligência e contrainteligência teve nas últimas três décadas, por que um balão chinês ainda causa apreensão em agências de inteligência dos governos dos demais países?


Como é sabido por muitos que estudaram a fundo a Guerra Fria, o emprego de balões de espionagem era prática muito comum por parte de ianques e soviéticos, seja pelo baixo custo de se construir e colocar na atmosfera um balão, seja porque os balões de espionagem operavam numa altitude acima do patrulhamento aéreo feito por aeronaves de combate, o que dificultava a localização, identificação e derrubada desses equipamentos.


Com o avançar dos anos, o custo-benefício desses equipamentos foi dando lugar a equipamentos de espionagem mais sofisticados e com maior capacidade de passarem despercebidos por sistemas de detecção de ameaças. Foi na esteira dessa evolução tecnológica, por exemplo, que o emprego de drones se popularizou dentro do meio militar, pois possuem mais agilidade, recursos de inteligência e contrainteligência e capacidade de combate que um balão. Isso sem falar na evolução tecnológica que os satélites que orbitam nosso planeta obtiveram desde que os soviéticos lançaram ao espaço seus primeiros equipamentos, ainda na década de 1950, o que possibilita aos países mapeamentos em tempo real e em alta definição de grandes extensões territoriais em qualquer parte do mundo


Em vista do exposto acima, você ainda deve estar se perguntando: por que uma potência militar como a China, com todo o aparato tecnológico de inteligência e contrainteligência de que dispõe, ainda empregaria balões para espionar outras potências militares? Seria ingenuidade, provocação, ou um "risco calculado"?


Como o ambiente bélico é muito pautado pela lógica de "confundir para desestabilizar o adversário", o emprego de tecnologia considerada "arcaica" nos dias atuais tem o propósito mais de "cutucar o adversário" que prospectar dados e informações. Afinal de contas, quando uma potência militar decide empregar um balão para espionar outros países, certamente é porque está tentando desviar o foco de outras ações de inteligência e contrainteligência de maior envergadura e complexidade que a própria China pode estar empreendendo, a começar por uma possível intervenção militar na ilha de Taiwan. Em vista disso, é bem provável que americanos e canadenses estejam mirando demais na árvore e, com isso, menosprezando o risco de o restante da floresta pegar fogo a qualquer momento. A ver os próximos capítulos dessa novela geopolítica...


Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!



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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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