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Bolsonaro está inelegível. E daí?

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 3 de jul. de 2023
  • 3 min de leitura

"Você é uma doença e eu sou a cura". Essas palavras, atribuídas ao protagonista do icônico filme "Stallone Cobra" (1986), resumem bem o que se tornou a política brasileira ao longo dos últimos 20 anos, com a extrema-esquerda e a extrema-direita ora rotulando o lado oposto como uma doença, ora se colocando como a cura. Mas parece que esse estado de coisas pode mudar nos próximos anos, tendo a inelegibilidade de Jair Bolsonaro como pano de fundo dessa guinada.


Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu pela inelegibilidade de Jair Messias, sob a alegação de abuso do poder político do ex-Presidente ao utilizar no ano passado estruturas e recursos estatais para tentar descredibilizar perante dezenas de embaixadores o sistema eleitoral brasileiro. Com essa decisão, Bolsonaro está impedido de concorrer a cargos eletivos pelos próximos 8 anos, o que abre espaço para um reagrupamento de forças do lado direito da política brasileira, com vistas a fazer frente a uma provável candidatura à reeleição de Lula em 2026.


Como era de se esperar, aliados de Jair Bolsonaro já estão se mobilizando nos bastidores para tentar reverter pela via legislativa essa inelegibilidade. Para tanto, dezenas de deputados federais de 8 legendas (PL, PP, Republicanos, MDB, União Brasil, Podemos, PSD e Patriota) apresentaram à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 3317/2023, que prevê a concessão de anistia aos condenados por ilícitos cíveis eleitorais ou declarados inelegíveis do período de 2 de outubro 2016 até a data de entrada em vigor da lei proposta.


Chama a atenção no projeto de lei supracitado o horizonte de tempo a ser abarcado por tal anistia (cerca de 7 anos), o que levanta dúvidas sobre quem mais esses parlamentares querem beneficiar além de Bolsonaro. Afinal de contas, uma coisa é o que um parlamentar apresenta na Mesa Diretora da Câmara, outra coisa é o que se discute no âmbito do projeto e uma terceira coisa é o que se aprova no Plenário da Casa, sendo tal raciocínio também aplicável ao processo legislativo no Senado Federal. Em outras palavras, o PL nº 3317/2023 talvez seja a ponta de um iceberg chamado impunidade eleitoral, beneficiando não só Jair Bolsonaro, mas também outros políticos dos mais diversos matizes político-partidários.


Enquanto a classe política brasileira ainda digere a decisão do TSE acerca da inelegibilidade de Jair Messias, a sociedade brasileira segue carente de uma liderança de direita dotada de ética, espírito reformista e competência técnico-gerencial para fazer frente à extrema-esquerda lulopetista, cada vez mais ávida por venezuelizar as estruturas do Estado brasileiro. Eis o grande desafio que o Brasil terá que enfrentar se quiser se livrar do anacronismo econômico e ideológico de uma extrema-esquerda que faz da divisão de classes e do antagonismo de ideias um ótimo negócio para lucrar e se perpetuar no poder.


Diante do exposto, é hora de tornar a extrema-direita bolsonarista uma página virada da história política brasileira e construir um grupo de lideranças de direita capazes de conduzirem o país a um processo de modernização econômica em bases sustentáveis, avançando com reformas estruturais efetivas, com a qualificação e universalização de fato dos sistemas públicos de educação básica e saúde e com o combate implacável à criminalidade em todos os níveis. Somente dessa forma é que nosso país se livrará da lógica arcaica do "nós contra eles" tão enraizada pelo bolsonarismo e pelo lulopetismo nas mais diversas faces da vida em sociedade. Caso contrário, continuaremos sendo um amontoado de cerca de 203 milhões de pessoas manipuladas e oprimidas por uma casta política que curte com a nossa cara à custa do dinheiro dos nossos impostos.


Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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