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Algumas curiosidades sobre as vacinas e suas tecnologias

  • Foto do escritor: Pedro Papastawridis
    Pedro Papastawridis
  • 23 de jul. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 20 de out. de 2021

Quando chegamos num posto de saúde para tomar uma vacina e nos deparamos com aquela pequena quantidade de líquido dentro de uma seringa, não fazemos ideia do quanto de esforço humano, tecnológico e financeiro foi empregado para garantir essa fonte de imunidade contra determinadas doenças.


Mas o que está por trás de cada dose de imunizante que recebemos ao longo de nossas vidas?


Para começar, cabe uma contextualização histórica acerca do surgimento das vacinas. Em 1796, o médico britânico Edward Jenner injetou em um garoto de 8 anos um líquido retirado da lesão de uma mulher que havia sido infectada pela “varíola bovina”. O médico em questão havia observado que as ordenhadoras possuíam menos riscos de adoecerem com a varíola humana devido ao fato de, durante a ordenha, as trabalhadoras rurais terem alta probabilidade de contato com a versão da varíola que afeta o gado, considerada mais branda e que não causava bolhas de pus na pele.


Passadas algumas semanas da inoculação do menino, Edward Jenner injetou a versão humana da varíola em sua “cobaia”, que não adoeceu. E assim surgiu a primeira vacina de que se tem registro, sendo a palavra vacina um termo de origem latina que significa “das vacas”, que serviram de “inspiração” para o estudo do imunizante contra a varíola.


Desde então, o raciocínio no qual Edward Jenner se baseou para desenvolver a vacina da varíola permitiu o surgimento de inúmeras outras vacinas que hoje fazem parte do calendário vacinal dos países. Entretanto, os avanços científico-tecnológicos experimentados pela humanidade de 1796 até os dias atuais, com destaque para o advento da Genética e seus reflexos no setor farmacêutico, possibilitaram a pesquisa e desenvolvimento de novas gerações de imunizantes, que vão além do mecanismo de utilização de vírus ou bactérias inativados ou atenuados para estimular o nosso organismo a produzir anticorpos.


Atualmente, existem três gerações de vacinas que costumam ser empregadas na imunização da população, sendo a Covid-19 o caso mais notório de doença na qual as três gerações vêm sendo adotadas. São elas:


· Vacinas de 1ª geração → consideradas a versão clássica, empregam o vírus em sua versão inativada ou atenuada para produzirem resposta imune em nosso organismo. A Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e envasada e distribuída pelo Butantan, adota esse mecanismo de imunização.

· Vacinas de 2ª geração → ao invés de empregarem o vírus para o qual se pretende desenvolver imunidade, essas vacinas utilizam uma proteína do vírus que permite a geração da resposta imunológica necessária ao combate do agente patogênico. É o caso das vacinas Sputnik V, Oxford-AstraZeneca e da Janssen.

· Vacinas de 3ª geração → são consideradas as mais tecnologicamente avançadas, feitas com material genético do vírus (RNA mensageiro) ou empregando um vírus inativado ou atenuado que transporta os genes virais para dentro das células, estimulando a resposta imunológica. As vacinas da Pfizer/Biontech e da Moderna são exemplos de imunizantes que adotam o mecanismo de RNA mensageiro para estimularem a imunização do organismo humano contra a Covid-19.


Diante do exposto, fica nítido que um imunizante que chega ao nosso braço não é fruto do acaso ou de achismos. Trata-se de um esforço científico-tecnológico que conjuga a curva de aprendizagem adquirida ao longo de mais de dois séculos na pesquisa e desenvolvimento de vacinas; o saber de inúmeros profissionais altamente qualificados; e a responsabilidade de organismos internacionais e de governos com a saúde coletiva, o que se reflete no rigor com que as agências nacionais e internacionais de vigilância sanitária analisam, avaliam e decidem pela liberação ou não da produção, distribuição e aplicação das vacinas nas populações. E não importa a geração do imunizante. Se respeitados os protocolos de P&D e sendo aprovadas pelos órgãos reguladores competentes, todas as vacinas são boas e se tornam melhores ainda quando estão em nossos braços.


Vacina sim e vacina já para todos! Um forte abraço e fiquem com Deus!

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©2020 por Pedro Papastawridis em: Blog do Papa (blogdopapa.com).

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