A corrida das vacinas contra a Covid-19: chegou a hora de a logística mostrar o seu valor
- Pedro Papastawridis

- 27 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
As primeiras vacinas contra a Covid-19 estão na reta final de seus estudos de eficácia e seus resultados já estão sendo divulgados e submetidos à aprovação de órgãos reguladores pelo mundo afora. Em vista disso, os países já estão se preparando para receber esses imunizantes e aplicar na população, providenciando recursos financeiros, tecnológicos e humanos para garantir a produção, distribuição e aplicação das doses em seus cidadãos. É nesse momento que a logística entra no circuito, para garantir que o carro-chefe do combate à Covid-19 vença essa corrida.
No caso brasileiro, a politização da vacina e da vacinação contra a Covid-19 ainda atravanca o planejamento e gestão da imunização em solo nacional. Porém, Bolsonaro et caterva gostando ou não terão que se preparar para mobilizar recursos públicos arrecadados dos cidadãos e buscarem formas de garantir que a vacinação contra o coronavírus chegue em todas as partes do Brasil. E isso envolverá muito mais que discursos ensaiados e postagens em redes sociais. Exigirá planejamento de verdade, com ações, prazos, custos e responsáveis bem definidos, assegurando, dessa forma, que o Brasil conseguirá retornar à normalidade sem que isso continue representando o desprezo à saúde e ao bem-estar coletivo.
É sabido que o Brasil possui tradição em campanhas de vacinação, caso das campanhas contra a poliomielite, que está erradicada do país há décadas. Mas é preciso estender essa tradição também contra o coronavírus e garantir que as doses produzidas para imunização da população cheguem aos pontos de vacinação no tempo certo e com o devido acondicionamento. E isso se deve ao fato de que algumas das vacinas desenvolvidas contra a Covid-19 exigem cuidados permanentes com a refrigeração dos insumos e das doses, havendo casos em que a vacina precisa estar acondicionada em temperaturas próximas a -70°C, caso da vacina da Pfizer.
Diante desse desafio, o mundo vem discutindo diversas estratégias para garantir a integridade das vacinas, recorrendo à academia e ao setor produtivo para ajudarem no desenvolvimento de soluções tecnicamente e economicamente viáveis para acondicionamento e transporte adequado das doses a serem aplicadas na população. Na Espanha, por exemplo, cientistas estudam a viabilidade de acondicionar o imunizante em compartimentos com gelo seco, enquanto países de dimensões continentais como Estados Unidos, China e Rússia estudam maneiras de transportar doses prontas a baixas temperaturas por milhares de quilômetros a partir do ponto de produção.
Diante do exposto, cabe à logística mostrar o seu valor e agregar valor a essa operação global que se assemelha a uma guerra contra um inimigo invisível, porém devastador. Nesse âmbito, as atividades ligadas à logística de suprimentos, à produção e à distribuição terão que conversar como sempre de uma maneira nunca vista, assegurando que o esforço de cientistas, pesquisadores e nações chegue à ponta da cadeia de valor e beneficie quem realmente importa: a humanidade. Para isso, não há espaço para erros e/ou ideologias. Somente há espaço para somar forças e vencer essa guerra contra o corona.
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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