1 ano de Covid-19 no Brasil: quando a incompetência e o mau-caratismo custam muitas vidas

Hoje, faz um ano que o primeiro caso de infecção por Covid-19 foi registrado no Brasil. Apesar de algumas pesquisas indicarem que o vírus já estava presente bem antes, o dia 26/02/2020 se consolidou como data que serve de referência para avaliar os resultados alcançados no enfrentamento da doença e os estragos causados por esta à saúde e à vida dos brasileiros.

Passado um ano, não há muito a comemorar em solo brasileiro. Somente a lamentar: com mais de 10.000.000 de casos registrados (fora os que não deram entrada nas redes pública e privada de saúde) e mais de 250.000 brasileiros mortos pelo coronavírus, o país vem pagando o duro preço da incompetência do Poder Público e do mau-caratismo de diversas pessoas públicas que sabotam o enfrentamento da doença e induzem a população a assumir os riscos da doença.

Ilustrando o exposto acima, temos que lidar com um parasita à frente do país que, desde o início da pandemia de Covid-19, vem sabotando os planos e ações de enfrentamento do coronavírus. Sempre cercado de seguranças, aspones e militantes fantasiados de “povo”, Jair Bolsonaro sai pelas ruas provocando aglomerações sem o uso de máscara. Somado a isso, já defenestrou dois Ministros da Saúde por conta de tentativas frustradas de induzi-los a recomendarem à população o uso de medicação sem eficácia comprovada contra a doença, casos da cloroquina e da ivermectina. Por fim, Bolsonaro e seus Ajudantes de Ordens atualmente à frente do Ministério da Saúde vêm atrasando contratações, planos e logística de distribuição de vacinas e insumos para o enfretamento da doença, numa postura que beira à de um miliciano sociopata.

Enquanto Jair Messias e sua militância robustecida com recursos públicos se voltam contra quem faz seu dever de casa no combate à Covid-19 e tentam calar opositores, pelo menos 15 estados já registram mais de 80% de leitos de UTI ocupados, o que dificulta a triagem e tratamento de pacientes com sintomas graves de coronavírus. No Acre, a rede hospitalar já está em colapso, o que dificulta o esforço do estado em se recuperar dos impactos das enchentes pelas quais vem passando. E nos casos de Paraná, Bahia e Distrito Federal, já vêm sendo discutidas medidas mais severas de restrição de circulação de pessoas e atividades econômicas, a fim de reduzir a propagação da doença e evitar um colapso em suas redes de saúde.

Após mais de um ano de coronavírus se espalhando pelo mundo e de diversas medidas bem-sucedidas de combate à propagação da doença, como o lockdown decretado pela Nova Zelândia, a testagem em massa de Singapura e a vacinação acelerada em Israel e Emirados Árabes Unidos, já era para o Brasil ter aprendido com os acertos de outros países e corrigido os erros de políticas públicas internas malsucedidas. Todavia, o que vemos é um misto de incompetência do Poder Público e mau-caratismo de pessoas públicas atacando o que é bom e incentivando o que é ruim. E o caso do Carnaval deste ano é bem ilustrativo disso, na medida em que o vagabundo presidente foi curtir feriado prolongado em Santa Catarina e milhões de brasileiros se aglomeraram em baladas e blocos de ruas por todo o país. O resultado dessa farra estamos vendo agora, com a escalada na curva de contágios e mortes pela doença.

Errar é da natureza humana. Mas persistir no erro e induzir as pessoas a cometerem os mesmos erros é coisa de gente burra e canalha! E não adianta achar que grana e “pistolão” ajudarão a se livrar da doença sem quaisquer sequelas, pois a Covid-19 mata gente rica e influente da mesma forma que os demais. E as redes pública e privada de saúde já estão com sua capacidade de atendimento quase exaurida em diversas partes do país.

Diante do exposto, fica evidente que o Brasil se tornou uma vergonha internacional no enfrentamento da Covid-19, visto que tenta negar a existência dela, enquanto o vírus não toma conhecimento disso. E a conta da incompetência e do mau-caratismo está ficando cada vez mais cara. Talvez, ceteris paribus, o país venha a se tornar muito em breve o caos socioeconômico que Haiti e Venezuela se tornaram, já que nenhum Estado Democrático de Direito para de pé por muito tempo tendo que conviver simultaneamente com os vírus da Covid-19, da burrice e da canalhice.

Um forte abraço a todos, cuidem-se contra a Covid-19 e fiquem com Deus!