Esperando DiCaprio e Greta darem destaque novamente à Amazônia?
- Pedro Papastawridis

- 16 de out. de 2023
- 2 min de leitura
Com a escalada no conflito entre Israel e os terroristas do Hamas, o noticiário brasileiro vem dedicando grande parte de seus esforços na cobertura do conflito que ocorre no Oriente Médio. Porém, há uma questão local que merece toda a atenção e diligências das autoridades locais, pois se trata de um problema que afeta o meio ambiente, a economia e o bem-estar social de boa parte do Brasil: a degradação da Amazônia.
Com o avanço do El Niño e a incidência de queimadas em diversos pontos da Região Norte do país, o regime de chuvas na Floresta Amazônica vem sofrendo oscilações, o que impacta na vazão de alguns dos principais rios locais, como os Rios Negro e Madeira. Ademais, a redução das chuvas e as queimadas impactam na qualidade do ar de cidades como Manaus, afetando a saúde e o bem-estar das populações atingidas pela deterioração da qualidade atmosférica.
A esta altura da nossa conversa, fica o seguinte questionamento: cadê a coordenação de esforços entre autoridades dos Três Poderes e dos três níveis de governo (União, estados/Distrito Federal e municípios), que não foi capaz de se antecipar aos impactos ambientais do El Niño, tampouco vem combatendo a contento o desmatamento do ecossistema amazônico? Estão aguardando Leonardo DiCaprio e Greta Thunberg darem destaque novamente à questão amazônica?
Enquanto isso, milhões de habitantes na Região Norte sofrem com os riscos econômicos e sociais da estiagem dos rios da região, além dos riscos à segurança hídrica do ecossistema, à navegação fluvial amazônica e ao fornecimento de energia que tal estiagem pode provocar no âmbito nacional. Num cenário de escassez hídrica no Norte e com possibilidade de apagões nacionais, ainda que pontuais, as perdas econômicas podem chegar facilmente na casa das centenas de bilhões de reais, isso sem falar na escalada de preços de itens sensíveis às oscilações hídricas, caso dos produtos agrícolas, dos pescados de água doce e das tarifas de energia elétrica. E um cenário de estagflação prolongada no pós-Pandemia pode ser altamente prejudicial à já combalida situação social do nosso país.
Portanto, União e estados e municípios amazônicos precisam somar forças e se articular no âmbito dos Três Poderes para encontrarem soluções rápidas e efetivas para combater os impactos ambientais, econômicos e sociais da estiagem na Região Norte, assim como estabelecer ações preventivas para lidar com possíveis impactos de um El Niño prolongado. Sem esse conjunto de iniciativas, uma das regiões com as maiores reservas de água doce do mundo corre o risco de ter que lidar com a ironia de sobreviver em meio a um cenário de escassez hídrica. Nem DiCaprio e Greta engolirão tamanha incompetência do Poder Público brasileiro...
Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!





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